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Voluntários do Nariz Solidário
Voluntários do Nariz Solidário| Foto: Thais Porsch

Desenvolver competências técnicas e humanas, prover uma visão sobre terceiro setor, saúde, palhaçaria, arte e bem-estar, além de tocar questões profundas do indivíduo. Essa é a base do processo seletivo e formativo de voluntários da Associação Nariz Solidário, que recebeu o 1º lugar na categoria Gestão de Voluntários do 1º Prêmio Impulso de Boas Práticas no Terceiro Setor, organizado pelo Programa Impulso, do Instituto GRPCOM, no fim de 2019.

A partir da arte do palhaço, a Instituição se propõe a ser agente de transformação e humanização de pessoas e ambientes que necessitam de escuta, atenção, cuidados e empatia. Entre 2015 e 2019, cerca de 40 mil pessoas foram impactadas, por meio de 400 ações e 90 voluntários (40 ativos).

Semanalmente, são feitas visitas a três hospitais da rede pública de Curitiba e Campo Largo. São desenvolvidos também treinamentos constantes de voluntariado, além de uma articulação ativa da rede de palhaçaria terapêutica e eventos de capacitação, oficinas, palestras e rodas de conversas promovidas pelos próprios voluntários.

“Ser reconhecido no primeiro prêmio que participamos até o fim, como melhor Gestão de Voluntários, entre tantas iniciativas bacanas, é uma resposta do trabalho que temos realizado”, conta Eduardo Roosevelt, presidente e um dos fundadores da Associação. Ele explica que o desenvolvimento “inclusive, quebra o paradigma de que o voluntariado não tem qualidade ou responsabilidade”.

Evento de premiação Programa Impulso, 2019. Foto: Ariane Amaral.
Evento de premiação Programa Impulso, 2019. Foto: Ariane Amaral.

A instituição é um lugar de transformação das conexões humanas, tanto para quem recebe, quanto para quem realiza as ações. E isso tem início desde seu processo seletivo e se confirma com os relatos dos voluntários, como o da Palhaça Pype ou Elenice Miller, quando descaracterizada. A Pedagoga, de 31 anos, atua há 15 anos com a palhaçaria e conta que nunca havia passado por transformações tão grandes e significativas como quando iniciou o processo seletivo na Nariz Solidário.

“Inicialmente, pensava que era apenas uma seleção para o grupo, mas com as oficinas, atividades, reflexões e materiais propostos ao longo do processo, compreendi que antes de doar meu tempo, precisava cuidar de mim mesma. Aprendi a importância da identidade do palhaço, construção do nome, maquiagem e figurino que pudessem falar quem é, de fato, a Pype. E foi muito além, mexeu com minha vida pessoal, com um desbloqueio psicoemocional de um trauma de infância, que me permitiu engravidar e hoje espero a chegada da Ana Clara. No meu profissional, com uma carreira já consolidada na educação, as reflexões me levaram ao curso de Terapia Ocupacional. Sempre falo que a Nariz não forma palhaços, mas forma, transforma e prepara pessoas para a vida. O que se busca é levar amor onde há dor e carência de afeto, seja por meio de um sorriso, uma brincadeira ou  simplesmente um olhar, mas que naquele momento seja puro, verdadeiro e inteiro! Sou grata ao Nariz Solidário e toda sua equipe pois, graças ao processo hoje tenho resgatei o sentido da minha vida e tenho mais esperanças no mundo, nas pessoas e no que posso fazer para mudar ou conviver  e gerenciar o que não me faz bem!”.

O grupo foi convidado em 2018, pela instituição Doutores da Alegria, a participar do mapeamento nacional da palhaçaria hospitalar. E hoje participa ativamente da articulação em rede, sendo referência no país, junto a outras iniciativas de renome e atuando nos Encontros anuais de ampliação do impacto e gerenciamento da área. Para saber mais, acesse www.narizsolidario.org.

Sobre o Prêmio - Foram inscritas 256 práticas de 145 OSCs de todo o Paraná, divididas em 13 categorias. As Instituições que alcançaram nota acima de 7 foram certificadas como boas práticas e foram premiadas as que mais se destacaram em cada categoria.

*Artigo escrito por Bruna Carvalho, comunicadora social e aprendiz do mundo. Acredita na força da empatia, do respeito, do humanitarismo e do terceiro setor para a transformação social do mundo. É produtora de conteúdo, colunista da Autossustentável e voluntária no 5C Centro Cultural,  Instituto Legado e Instituto GRPCOM.

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