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Bom senso na crise
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Quando a economia entra em um ciclo de crescimento os negócios explodem e ficamos otimistas. Trabalhamos como loucos, produzimos, vendemos, faturamos, enriquecemos e crescemos como pessoas, empresas e nação. Não temos tempo para mais nada, as empresas trabalham em turnos estendidos e os funcionários quer sejam operários, gerentes ou executivos fazem horas extras e aproveitamos a boa fase dos negócios. A maioria ganha.

Quando as crises chegam, a economia entra em um ciclo de queda, os negócios diminuem, os clientes se retraem, as máquinas e as instalações ficam ociosas, as pessoas perdem os empregos e todos nós reclamamos.

Um antigo ditado chinês diz que crise pode ser sinônimo de oportunidade. Mas como transformar crise em oportunidade? Parece um ditado vazio ou apenas um jogo de palavras. Livros de autoajuda ensinam a mentalizar positivamente, tentam ensinar que você deve acreditar que pode realizar tudo que desejar. Porém os clientes não voltam, as encomendas não chegam, os contratos não são celebrados, as vendas não crescem, e então vem o desânimo. Apesar de toda a mentalização positiva e força de vontade que temos nada muda. E a crise parece que é para sempre, eterna, perpétua e não vemos mais saída.

Porém há uma luz. Precisamos apenas nos lembrar de um outro antigo ditado popular, português “Não existe bem que dure para sempre, nem mal que nunca se acabe. As economias andam em ciclos, sempre foi assim, às vezes economias aquecidas, às vezes resfriadas. O problema é que não sabemos como transformar crises em oportunidades. Porque então não aproveitar os ciclos mais frios da economia, as crises, e nos reorganizar para no próximo ciclo quente estarmos mais e melhor preparados que antes?

É justamente em uma crise que o custo oportunidade das pessoas e das empresas é mais baixo. Esta é a hora de aproveitar a parada para repensar nossas estratégias, buscar novas parcerias, fazer o dever de casa, aprender e testar novos procedimentos. Organizar as agendas; arrumar os arquivos; revisar as máquinas; limpar as ferramentas; polir as espadas para a nova luta que certamente virá com o novo ciclo positivo. É mais fácil nesta fase reorganizar os processos internos das empresas, agora facilitado pela menor pressão nas encomendas e nas vendas devido ao ciclo mais frio da economia.

Para as pessoas, executivos, gerentes, operários é hora de se reciclar, investir seu tempo, agora mais folgado, em formação, aprimoramento e desenvolvimento técnico e profissional. É a hora repensar nossas carreiras e nossas profissões. Estamos na era da educação continuada, onde o indivíduo mais bem preparado leva nítida vantagem competitiva. Já que estamos falando de pessoas, é oportuno reafirmar que o investimento em educação é o que apresenta maior taxa de retorno, quando comparada com qualquer alternativa de investimento existente. Educação, formação, capacitação profissional, treinamento dentre outros recursos que podem e devem ser adquiridos são instrumentos extremamente valiosos nos ciclos desenvolvimentistas, por que não os desenvolver justamente quando nosso custo de oportunidade é mais baixo, ou seja, nas crises?

Quem sabe, não era exatamente esta a mensagem dos antigos ao dizerem que é na crise que surgem as grandes oportunidades? Uma nova empresa, novos profissionais, um novo você, todos preparados para o novo e bem próximo ciclo quente da nossa economia?

Se você não acredita em antigos ditados pode dizer que se trata apenas de usar o bom senso na Crise.

*Artigo escrito José Carlos Abreu Coordenador Acadêmico ISAE/FGV. O ISAE/FGV é uma instituição parceira do Instituto GRPCOM.

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