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O que o Butão tem a ver com o desenvolvimento da nossa terra e da nossa gente?
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O Reino do Butão é um país localizado no sul da Ásia, a leste dos himalaias, entre a China e a Índia. Por lá foi cunhado, em 1972, o termo FIB (Felicidade Interna Bruta), como um compromisso de construir uma economia adaptada à cultura do país, baseada nos valores espirituais budistas. Enquanto os modelos tradicionais de desenvolvimento têm como objetivo primordial o crescimento econômico, o FIB se baseia no princípio de que uma sociedade só se desenvolve verdadeiramente pelo complemento e reforço mútuo de seu desenvolvimento material e espiritual. Pelo FIB, importa que as pessoas compartilhem o respeito, distribuam amor e cooperem para que as outras também possam ser melhores, sejam felizes.

O conceito expandiu o reinado asiático e inspirou um índice medido pela ONU através do World Happiness Report, que ranqueia 155 países do mundo a partir de seus níveis de felicidade e faz uma análise profunda das causas e implicações sociais da felicidade mundial. No topo do ranking (a primeira de 2017 é a Noruega, seguida por Dinamarca e Islândia), as nações nórdicas se destacam por fatores como a liberdade, a generosidade, a honestidade, a qualidade da saúde e a boa governança – mostrando que a felicidade não está necessariamente nas maiores economias, como Estados Unidos (14º) e China (79º). O Brasil, oitavo maior PIB, ocupa a 22ª posição.

Pela nossa terra, para a nossa gente, por um mundo melhor

Desde 2015, após um projeto de fomento à inovação a partir de grupos de trabalho formados entre seus colaboradores, o Instituto GRPCOM decidiu se aventurar em aplicar o conceito de FIB e passou a realizar uma pesquisa anual com sua equipe, no intuito de extrair pistas sobre o que falta para que sejamos mais felizes. A pesquisa, adaptada da mesma que ainda é utilizada pelo Butão, traduz a felicidade em nove dimensões (bem-estar psicológico, saúde, uso do tempo, educação, diversidade e resiliência cultural, boa governança, vitalidade comunitária, diversidade e resiliência ecológica, padrão de vida), cada uma com perguntas objetivas e subjetivas a serem respondidas por cada colaborador.

A estratégia não é motivacional, mas sim, a de desenvolver a equipe fazendo-a refletir sobre os aspectos mais importantes da vida de cada um, o que está bom e o que precisa ser melhorado. Afinal, não somos ilhas, tudo está relacionado e, por isso, não teremos os melhores resultados se não estivermos felizes. É a crença de que precisamos estar bem para fazer o bem – e de que a partir do nosso autodesenvolvimento estaremos ajudando também para que outras pessoas se desenvolvam.

Os resultados do FIB no Instituto GRPCOM não são absolutamente concretos, até porque nas quatro pesquisas que fizemos até agora – em julho e em dezembro de 2015, além de dezembro de 2016 e setembro de 2017 – tivemos pessoas diferentes respondendo, por conta de mudanças no nosso quadro de colaboradores. No entanto, já foi possível constatar um incremento na favorabilidade geral – de 65,1 para 67,26, numa escala que vai de 0 a 100 – muito provavelmente pelo fato de que, uma vez conscientes do que precisamos melhorar, arregaçamos as mangas e nos dedicamos a mudar nossos padrões de vida naquilo que mais nos incomodou na pesquisa anterior.

“Só o fato de responder já é legal. Parar para pensar na resposta te faz refletir sobre várias coisas que você não reflete no dia a dia. Ver o resultado final da pesquisa, em complemento, nos faz levar alguns ‘tapas na cara’ e nos dá vontade de promover mudanças”, afirmou a analista de projetos Mariane Maio, que entrou no Instituto GRPCOM em julho e respondeu ao FIB pela primeira vez agora em setembro.

Todavia, o processo não se resume apenas às respostas à pesquisa. No Plano de Ação de Desenvolvimento (PAD) que cada colaborador estabelece para si no início do ano, o FIB também precisa ser contemplado. Da mesma forma, e isso já foi proposto pela própria equipe, nada impede que os colaboradores se organizem para estimular uns aos outros a desenvolver em conjunto aqueles aspectos das dimensões que mais precisem de melhoras.

Em resumo, tem sido uma boa experiência. Sabemos que não é inédita em empresas, mas a verdade é que está bem longe de ser uma prática comum. Por isso, e porque acreditamos na comunicação como instrumento para educar e como força para transformar, compartilhá-la também nos deixa felizes.

*Artigo escrito por Rafael Riva Finatti, coordenador do Instituto GRPCOM.     

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