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O Terceiro Setor e o ODS.9 – Construindo infraestruturas resilientes e Cidades Inteligentes
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Curitiba conquistou em 2018 o título de “cidade mais inteligente” do Brasil. Não é pouca coisa, e o Terceiro Setor faz parte dessa conquista de maneira muito expressiva. Temos em nossa cidade mais de três mil e quinhentas fundações e associações civis sem fins lucrativos e, muito provavelmente, um numero igual ou superior de associações que atuam de maneira informal. No DNA destas entidades, um só objetivo: promover o bem estar para a população.

São centenas de projetos que abrangem a área social, educacional, de saúde e meio ambiente. Juntas, as Organizações da Sociedade Civil – OSC constituem uma força inestimável de trabalhadores e voluntários que promovem um impacto positivo na cidade e contribuem decisivamente para sua colocação entre as melhores do país, mesmo em meio aos desafios existentes.

Estes desafios são conhecidos e podem ser apresentados a partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS da ONU. Porém, uma “cidade inteligente” reconhece, em primeiro lugar, a necessidade de autocrítica em cada área e o ODS 9 já dá o tom: construir infraestruturas resilientes. Isto significa uma cidade que possui a disposição de reconhecer os riscos decorrentes de seu crescimento e se preparar para mitiga-los no futuro.

Quais são os principais riscos de nossa cidade?

Existem várias situações, mas podemos destacar:

– o crescimento populacional e da densidade urbana;

– dificuldades locais, como a ausência de fiscalização, de recursos financeiros, físicos ou humanos para ações de redução de risco de desastres;

– o declínio dos ecossistemas, devido às atividades humanas, tais como construção de estradas, equipamentos e a poluição ;

– a deterioração da infraestrutura e padrões de construção inseguros, que podem levar ao colapso das estruturas;

– serviços de emergência descoordenados os quais impedem respostas e ações rápidas;

– os efeitos adversos das mudanças climáticas que irão, provavelmente, aumentar as temperaturas extremas e as precipitações, com impacto sobre a frequência, a intensidade e a localização das inundações e outros desastres relacionados ao clima.

– políticas públicas de redução de equipamentos sem uma alternativa adequada à dimensão dos riscos decorrentes do crescimento urbano.

Por isso, a cidade deve pensar que qualquer conquista deve ser colocada em perspectiva. Para avançar na próxima década e manter sua posição, Curitiba deve pensar em caminhos que vão além das eleições e em novas tecnologias sociais.

O Desafio da Inovação social

A capacidade de inovação de uma cidade depende de vários fatores e percebem-se duas frentes: as autoridades locais, empresários e a população organizada devem compreender os riscos que enfrentam e desenvolver políticas, projetos e empreendimentos interconectados. Novas tecnologias sociais e industriais devem dialogar entre si e a governança política deve proporcionar plataformas de construção de diálogos para que isso efetivamente ocorra.

Numa outra frente, deve existir o empoderamento dos cidadãos para participação nas decisões, planejamento e execução de programas em sua cidade. As ações não podem vir como “solução acabada” dos gestores públicos ou empresariais, principalmente quando afetam o atendimento aos mais vulneráveis.

Cidades resilientes possuem uma população consciente e participativa, com governos, empresários e gestores sociais eficientes, inclusivos e transparentes. Estes líderes devem se preocupar em princípios de urbanização e desenvolvimento sustentável, priorizando o investindo de recursos em capacitações e ações focadas em novas tecnologias e numa infraestrutura que busque antecipar respostas aos problemas decorrentes do crescimento.

O papel do Terceiro Setor

A ONU, em 2015, apontou o Brasil como o país que mais aderiu à campanha de cidades resilientes. Ao todo, foram 282 municípios que criaram campanhas e produziram documentos oficiais de estratégia de resiliência para as próximas décadas. No entanto, há um longo caminho a percorrer.

Nesta direção, o Terceiro Setor precisa assumir a parte que lhe cabe e propor soluções para o fortalecimento de cidades inteligentes. Deve buscar de profissionalizar e desenvolver uma gestão ética e participativa, superando suas barreiras internas para efetivamente contribuir com a promoção da justiça social.

Assumindo uma das Metas do ODS-9, deve investir em inovação para gestão de pessoas, modernizar sua infraestrutura e tornar seus processos eficientes e sustentáveis, com a gestão equilibrada de recursos e adoção de tecnologias limpas e ambientalmente corretas. É preciso saber viver além de morar.

*Artigo escrito por Gustavo Adolpho Leal Brandão, Consultor Especializado pela UFRJ para o Terceiro Setor, Certificado pelo PMD PRO – Project Management for Development, Empresário, Consultor na Una Consultoria Social, Coach e Consultor em Compliance pela Mentoris Ltda.

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