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O trabalho, o trabalhador e a trabalhabilidade
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Estamos atravessando um período de transição da 3ª para a 4ª Revolução Industrial e, quanto mais sólida e presente se torna essa mudança, percebemos a alteração do modelo de trabalho que conhecemos desde sempre. Novas ocupações surgirão, muitas se transformarão e outras serão extintas. O emprego formal vai perdendo cada vez mais espaço para o trabalho e o “novo modelo” passa a ser guiado pela transformação digital e pelo empreendedorismo. Esse “novo modelo” chamamos de trabalhabilidade. Nela, há uma nova geração de profissionais que pensam cada vez mais diferente e livres dos modelos tradicionais. O perfil está mudando, os anseios estão mudando, o consumo adotou novo perfil e fez do consumidor o protagonista.

Esse cenário impôs desafios às instituições de ensino, que não somente precisaram acompanhar, mas sim estar à frente, ao ponto de guiar e de abrir ainda mais portas a essa geração crítica, ágil, cheia de ideias e muito exigente. As universidades assumiram a responsabilidade de abrir novas portas e de, também, experimentar e ousar em novos modelos, tornando ainda mais reais o 4.0 e as exigências impostas por ele. Nesta quarta geração, as distâncias diminuem: a indústria está na escola e vice-versa. O cocriar é uma realidade necessária e essa união de expertise traz ganho para ambos os lados, rejuvenesce a indústria e amadurece o estudante, que se expõe aos problemas reais cada vez mais cedo. Não há tempo, os alunos precisam sair das universidades prontos para enfrentar esse mundo/mercado cada vez mais volátil e incerto.

Os profissionais de hoje precisam estar aptos a lidar com as mudanças. Eles precisam ser ágeis, ter alta capacidade de comunicação, habilidade digital, se adaptar rapidamente a novas atividades e saber solucionar problemas, além de saber lidar com a diversidade e sob pressão. As capacidades de comunicação e adaptação precisam estar presentes. Essa multidisciplinaridade é ruim?  Não! É uma evolução. As características da trabalhabilidade são outras. As jornadas estão mais flexíveis, assim como as organizações, além de que os ambientes de trabalho estão mudando. Bater cartão e assinar carteira já não são uma exigência de empregado e empregador. Aliás, em muitas organizações, não há mais essas duas “figuras”. A ordem cada vez mais usual é a liberdade e, acompanhada dela, a criatividade. Ativos cada vez mais valorizados, inclusive.

Mas, afinal, quem são os profissionais do presente e do futuro? São aqueles que têm propósito, que buscam encontrar soluções que sejam significativas para a sociedade e que se mostrem capazes de gerar soluções inovadoras em equipe. Para isso, precisam de inteligência social. E, olha, nem sempre há tanta tecnologia envolvida, tecnologia cara e de ponta. Nas mais notáveis inovações está presente o diferente, o simples, o prático e o acessível. Onde entra a tecnologia? Em tudo: na conexão, na concepção e no funcionamento, mas ela não é a estrela, acima de tudo estão a solução e a ideia. O “pensar fora da caixa” nunca fez tanto sentido. O Airbnb é simples? É! O Uber é simples? É! O Netflix, o Waze e tantas outras soluções do nosso dia a dia são simples, mas ninguém nunca tinha feito, não tinha pensado, não tinha tido a ideia. E quem são essas pessoas? Elas são empreendedoras, inovadoras, são cidadãos inquietos e corajosos que querem criar soluções que façam a diferença na sociedade. Eles querem entregar valor!

É exatamente esse o perfil que acaba não combinando com empresas tradicionais, certo? Mais ou menos, pois as organizações também estão se transformando, flexibilizando. Elas estão indo para coworkings, lançando suas próprias start-ups. O futuro já chegou! E nesse futuro o trabalho é mais livre, mais permissivo. As empresas estão sedentas de ideias e as pessoas estão tendo essas ideias e as tirando do papel. Estão criando para empreender ou para intraempreender. Ou seja, ou elas inovam para as organizações ou abrem suas próprias empresas. De qualquer maneira, o que percebemos é que os profissionais estão buscando seus espaços.

Pense na imagem de um executivo ou digite a palavra executivo no Google. O que vê? A imagem de pessoas formais, geralmente vestidas com roupas sociais. Pois é, esse modelo está obsoleto. Aliás, há cada vez menos executivos nas empresas. Aquela figura tradicional das organizações do início do século XXI está sendo substituída pelo líder. Aquele profissional que inspira, que ensina, que aprende e que muda de opinião, assim como qualquer outro membro da equipe; isso se chama horizontalização. Tratar de igual para igual e saber que a melhor solução pode estar em cada um de nós. Ou seja, além de resultados e questão financeira, esse novo “chefe” pensa nas pessoas. Ele se preocupa com ética e com princípios. Os líderes buscam ajudar na construção de uma sociedade mais justa, sustentável e humana.

Mas não se engane! Uma coisa não muda: a necessidade de estar antenado e atualizado e capaz de se adaptar rapidamente. As informações não cessam, não param de evoluir e é preciso estar em constante evolução, reinventando-se a todo momento.

*Artigo escrito por Dr. Everton Drohomeretski, pró-reitor acadêmico da FAE Centro Universitário, instituição associada ao Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR). O SINEPE é parceiro do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.  

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