• Carregando...
Somos patriotas apenas na Copa?
| Foto:

Escutar as conversas alheias no ônibus é sempre um esporte muito prazeroso. São reflexões, desabafos, comemorações… Assuntos tão diversos que, invariavelmente, implicam em recriações das histórias com algumas – ou várias – alterações.

Numa destas conversas, um senhor disse: “Somos patriotas apenas na época de Copa do Mundo. Aí sim, temos orgulho em vestir a camisa do Brasil, em usar bandeira nos carros, as cores do país nas roupas. E só temos orgulho quando o Brasil ganha, porque quando não ganha… praguejamos para todos os lados e logo arrancamos camisas, bandeiras e adereços!”. Com algumas adesões de passageiros do ônibus, o senhor continuava falando sobre a empolgação com o mundial de futebol e como o torpor que toma conta das pessoas e para os serviços públicos nessa época prejudica mais do que ajuda.

Mas o patriotismo não toma conta de nossos estudantes apenas na época de Copa do Mundo. Exemplos vindos de várias escolas nos mostram que há sim espaço para o civismo – aberto por professores que acreditam na importância de valorizarmos a nossa pátria, de cantar o hino e de carregar, com orgulho, os símbolos nacionais.

Em Curitiba, na Escola Municipal Foz do Iguaçu, por exemplo, a professora Solange Mansur Zanotto, um ano atrás, estruturou uma estratégia para promover o amor à pátria. “Partimos de uma situação muito favorável, que foi a inauguração da cobertura da cancha de esportes. Nesta inauguração, queríamos promover um ato cívico, mas trabalhando o civismo nas aulas de História e Língua Portuguesa vimos que os alunos não sabiam cantar o Hino Nacional, nem tinham postura de respeito à bandeira. A partir disso, iniciamos um trabalho com a turma da 1ª Etapa do Ciclo II, a 3ª série e os resultados foram gratificantes”, lembra.

Tudo começou com uma pesquisa sobre o Hino Nacional. “No primeiro momento solicitei aos alunos que fizessem uma entrevista com os seus pais sobre as atividades cívicas da escola à época em que eles estudavam. A seguir, promovi uma atividade de leitura e interpretação de texto, a partir de uma notícia publicada na Gazeta do Povo referente a obrigatoriedade da execução semanal do Hino nas escolas de Ensino Fundamental”, conta Solange.

Segundo ela, a partir da notícia e da opinião dos pais, foi possível promover uma discussão sobre o porquê de executar o Hino Nacional em jogos esportivos e outras atividades, mostrando aos alunos a importância de manter uma postura de respeito diante dos símbolos cívicos do País. “Foi um debate longo e muito produtivo, que além de resultar num texto coletivo, ainda gerou um sentimento de patriotismo muito forte”, avalia Solange.

Arquivo Pessoal

Obrigação boa

Para o aluno Diego Dezenteniki, a lei de 2009 que torna obrigatória a execução do Hino Nacional em escolas públicas e privadas de Ensino Fundamental de todo o país “é muito importante porque faz a gente respeitar os símbolos de nossa pátria”. Já a aluna Isabelle Oliveira Machado acha que a execução do Hino antes das aulas de quarta-feira é também um momento de integração. “Quatro alunos seguram a bandeira do Brasil e outras duas crianças a bandeira de nossa escola”, explica.

Cintia da Costa Terra, mãe da aluna Gabriele de Souza, lembra que quando estava na escola o momento de execução do Hino Nacional era muito importante. “Fazíamos fila para entrar em sala e antes cantávamos o Hino, com a bandeira nacional sendo hasteada. Um momento de muito respeito”.

“Existem certos temas que parecem ser tão difíceis de trabalhar e uma simples mudança de estratégia, como trabalhar com uma nota de jornal, pode trazer um enfoque diferente sobre o assunto, resultando em sucesso na aprendizagem e transformação coletiva de atitudes cívicas”, explica a professora Solange.

– Quer saber mais sobre sustentabilidade e terceiro setor? Acesse nosso site! Siga o Instituto RPC também no twitter.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]