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Vou bombar para cobrar mais na Copa
| Foto:
Juliano Rocha

Muito antes de Fortaleza ser confirmada como cidade sede da Copa do Mundo de 2014, as travestis Carla e Luana* já trabalhavam nas imediações da imponente Arena Castelão, área histórica de prostituição na cidade. Nas avenidas que rodeiam o estádio e em algumas ruas que adentram os bairros pobres da região, elas, as colegas e prostitutas dividem as calçadas e os clientes em busca de programas que custam de 5 a 50 reais.

Durante a tarde de uma segunda-feira quente e seca, típica de abril nordestino, quando acompanhei o trabalho do pessoal da Associação Barraca da Amizade (ONG que há 26 anos atende e acolhe crianças e adolescentes em situação de rua e desde 2009, a pedido das meninas e meninos, também desenvolve um trabalho de combate a exploração sexual) o movimento não era tão grande – duas prostitutas e três travestis se esgueiravam pelas poucas sombras oferecidas pelos muros altos de uma grande empresa, perto de uma rotatória, fugindo do calor. Carla e Luana descansavam em casa de uma noitada de diversão. Sem cafetinas a quem prestar contas, as duas podem fazer seu horário de trabalho. As que estavam na pista, eram abordadas pelos educadores da Barraca, que distribuem preservativos e gel lubrificante como forma de redução de danos e de aproximação.

“Hoje, além das mulheres e adolescentes, trabalhamos com 30 travestis aqui da área, levando insumos, marcando exames nos postos de saúde, oferecendo cursos profissionalizantes e atendendo a algumas demandas delas. Há pouco tempo nós conseguimos, após articulação com orgãos oficiais, a transferência de um médico que fazia piadas homofóbicas com as travestis de um posto de saúde da região. Esses resultados ajudam a fortalecer essa confiança no nosso trabalho” explica Paulinha, como a assistente é carinhosamente conhecida entre as travestis. Por confiarem em Paulinha, Carla e Luana abriram as portas de sua casa próxima à Arena e me receberam para falar sobre suas expectativas e medos com a chegada da Copa e também sobre um fenômeno que têm crescido com a aproximação do megaevento na cidade.

Leia mais em Agência Pública.

*Artigo escrito por Andrea Dip, jornalista da Agência Pública.

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