Box do Toninho
Lembra de quando a gente via carregadores com carrinhos abarrotados de caixas de frutas e verduras pelo Mercado Municipal? Nem eu. E foi preciso dar uma esticada de uns 20 quilômetros, pouco depois do Contorno Sul, para me dar conta disso.
No CEASA, em meio a carregadores levando carrinhos com pilhas imensas de caixas, caminhões, kombis e outros utilitários, em meio a boxes de frutas, verduras, flores, peixes, enfim, em meio a uma aparente bagunça, encontramos o Box do Toninho.
A fartura começa na estufa…
Bagunça para nós, haoles, que, sem nos darmos conta, passamos a aceitar como normal aquele ambiente leite-com-pêra em que o nosso Mercado Municipal foi se tornando. Por que o CEASA lembra mais a atividade de um formigueiro, em que cada um sabe exatamente aonde deve ir e qual a sua função.
Mas, voltando ao Box do Toninho. A dica foi passada pelo pessoal da Quitanda (que é, provavelmente, um dos melhores lugares para se abastecer de frutas e verduras na região do Alto da Glória) que nos contou que é ali que a rapaziada do CEASA se junta pra começar e encerrar o dia.
…e continua na chapa. Sintam o drama.
Na verdade, ao chegar nos demos conta que os lugares são vários. Quando te falarem que o CEASA é uma cidade, pode acreditar. Lá dentro tem agência dos correios, agência bancária e, o que nos interessa, pelo menos um punhado de lanchonetes. Todas elas altamente investigáveis e comíveis.
Mas – caramba! – voltando de novo ao Box do Toninho. O lugar, de certa forma, lembra uma lanchonete de rodoviária. Seja pela divisória de vidro, que lembra um pouco o ambiente da Rodoferroviária (antes dela se tornar uma remodelada Rodoferroviária de 1º mundo), seja pelo vai-e-vem incessante da freguesia ou, quem sabe, por conta da cobertura de concreto, que lembra um pouco a de uma rodoviária. Desconfio que seja pela mistura disso tudo.
Toninho, comandando o atendimento à freguesia.
Foi o próprio Toninho que, entre um respiro e outro do atendimento às hordas de fregueses, nos contou que está ali no CEASA há 24 anos. Antes disso, trabalhou por 10 anos em Itabuna (BA), sempre no ramo de lanchonete, até fazer o pé-de-meia e retornar a sua Curitiba natal.
No box, é ajudado por seu filho Andrey e pela esposa Beth, que deu a impressão de ser quem comanda o balcão e os funcionários que se desdobram pra atender o pessoal que pára por ali antes de iniciar ou largar o serviço (seu Toninho atendia o caixa enquanto respondia às nossas perguntas).
O fato de tudo no CEASA começar muito cedo explica por que pode-se ver, já às 4:00 ou 5:00 da manhã, o povo mandar bala em comidas que, em outros lugares, só têm lugar no cardápio horas mais tarde. O que saía de X-Tudo (R$ 8,00) por volta das 10:00 da manhã era uma enormidade. Outros campeões de pedidos no box são o Pão com Especial (que é um sanduba com pastel especial dentro, entre outros ingredientes e sai por R$ 4,50) e a porção de calabresa.
Ali, se serve comida pra quem carrega peso de verdade, acompanhada por uma Laranjinha ou uma pinga (pra firmar a mão). E o lance é cedo mesmo, porque o box (e a maior parte do CEASA) encerra suas atividades às 13:00.
A vontade de encarar o X-Tudo foi grande mas o horário e a perspectiva de encarar o pedal de volta pela Linha Verde, debaixo daquela lua, me fez pensar duas vezes. Acabei, covardemente, confesso, me limitando a provar o pastel mas voltarei. Principalmente agora, que confirmei que parte daquele clima que existia no MM, e que eu julgava irremediavelmente perdido, ainda existe. Só está um pouco mais longe, mas continua lá no CEASA.
E no Box do Toninho.
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Serviço
Box do Toninho – CEASA
Segue reto a partir do portão de entrada. Fica num canto à direita no bloco logo em frente. Se não achar, pergunte que o pessoal lá conhece. (verifique a localização no Mapa da Baixa Gastronomia)
Das 4:00 às 13:00
Não passa cartão
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Mapa da Baixa Gastronomia
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