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Um fogo de chão e um chão
| Foto:
Guilherme Caldas
Como disse um amigo meu: o tombo valeu a pena, afinal era uma costela!

Minhas lembranças mais recentes de um fogo de chão são dos anos 80, numa das duas ou três vezes em que fui ver aqueles rodeios gauchescos em São Luís do Purunã. Depois disso, nunca mais. Culpa, talvez, do meu lado piá de prédio. E o fato de ter vivido quase dez anos em São Paulo, túmulo do churrasco, também não deve ter ajudado muito.

Vai daí que, numa dessas pedaladas pela cidade, vejo nada menos do que um fogo de chão no… asfalto! Um fogo de chão, vá lá, meio tecnológico mas um fogo de chão como eu não via há uns 25 anos pelo menos!

O entusiasmo foi tanto que me impediu de ver a tempo um pequeno deslize de brita na ciclovia. Quem pedala, sabe que brita e areia na pista são um convite ao chão. E foi o que me aconteceu. Levei um tombo como não levava há pelo menos uns… 25 anos. Em frente ao boteco onde estava sendo feito a costela, com direito a aplausos e risadas dos que estavam ali para a inauguração de um bar bem ao lado da ciclovia – motivo daquela costela fenomenal – e da linha do trem, na Barreirinha.

Apesar de feio, o tombo foi daqueles que doem muito mais na honra do que nos ossos e, mesmo atordoado, me veio a idéia de que aquilo tudo fosse, quem sabe, um sinal.

Assim que consegui me levantar e sacudir (mais ou menos) a poeira, fomos, eu e o Rafael Martins (que estava no pedal mas não foi besta o suficiente pra cair) direto para o bar de onde havia sido aplaudido. Houve quem pensasse que eu estava afim de confusão, por que minhas primeiras palavras foram “quem é o responsável pela costela?”. Mas a verdade é que nos dirigimos ao boteco com a firme intenção de saber quem era o responsável por aquela maravilha. E de tomar uma cerveja, que depois de um tombo daqueles eu estava merecendo.

Depois de insistir um pouco, ficamos sabendo que aquela proeza da engenharia popular era obra de um tal de Baiano. E que a costela era mais uma ação entre amigos especialmente para a ocasião, com todos se cotizando numa vaquinha, do que algo para ser comercializado regularmente.

Uma pena, porque como o objetivo da pedalada era checar um outro local pouco mais à frente, ficamos de retornar e ver como tinha ficado o churrasco. Seria também a chance de conhecer o Baiano e perguntar de onde diabos ele tinha tirado aquela idéia de fogo de chão no asfalto.

Mas o pacote não prejudicou apenas a imagem que fazia de mim mesmo como ciclista. Danificou algumas partes da bike. Nada de muito sério, mas grave o suficiente para me impedir de voltar e checar em primeira mão se o tombo tinha mesmo valido a pena.

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