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Guilherme Macalossi

Guilherme Macalossi

Escândalo

A família Lula da Silva no olho do furacão da investigação no INSS

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). (Foto: Isaac Fontana/EFE)

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O Ministério da Previdência virou um repositório de vigarices. A pasta, que serve para administrar a seguridade social e que deveria salvaguardar os direitos de aposentados e pensionistas do INSS, transformou-se numa burocracia permissiva a fraudadores contumazes. Desde a eclosão do escândalo dos descontos ilegais, que começou no governo Temer, continuou no governo Bolsonaro e ganhou escala industrial no governo Lula, milhões de pessoas foram lesadas, tendo seus contracheques assaltados na fonte. Talvez seja o maior desvio de dinheiro, em número de vítimas, da história da humanidade.

O novo desdobramento da investigação amplia a teia de envolvidos. Novos personagens foram alvos de mandados de prisão ou de busca e apreensão. É o caso do número 2 do ministério, Aldroaldo Portal, indicado para a função pelo influente senador Weverton Rocha (PDT-MA), nada menos que vice-líder do governo no Senado e relator da indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal. Preso, Portal é acusado de receber recursos de Carlos Camilo Antunes, o notório “Careca do INSS”.

Uma amiga do filho de Lula, a empresária Roberta Luchsinger, é investigada por receber cinco pagamentos de R$ 300 mil feitos pelo Careca do INSS. O trabalho de blindagem feito pela base do governo na CPMI do INSS vai se tornar mais difícil

O senador Weverton Rocha é do mesmo partido de Carlos Lupi, que, quando ocupava o cargo de ministro da Previdência, indicou Alessandro Stefanutto como presidente do INSS. Stefanutto caiu depois de sua prisão, pelo possível envolvimento no esquema. Lupi, por sua vez, foi substituído por Wolney Queiroz, que participou da reunião do Conselho Nacional do INSS em que a conselheira Tonia Galleti alertou sobre os descontos ilegais. Nada foi feito até a Polícia Federal bater à porta dos acusados.

O governo insiste na narrativa de que foi o responsável pela desarticulação do esquema. Ainda que a Polícia Federal tenha realizado um excelente trabalho de apuração, fê-lo por independência funcional, não como resultado de uma concessão do presidente da República.

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Com os desdobramentos da operação da última semana, a versão sustentada pelo Planalto torna-se ainda mais inverossímil. Isso porque o Ministério da Previdência continua nas mãos de pessoas que seriam partícipes do esquema. Nomes mudaram, mas a colonização da pasta não.

Em maio, escrevi na coluna que o governo de Lula estava “sob a sombra de um escândalo de corrupção que envolve uma parte considerável de sua base social”. E agora com o agravante de que pode também envolver seus parentes. Uma amiga do filho de Lula, a empresária Roberta Luchsinger, é investigada por receber cinco pagamentos de R$ 300 mil feitos pelo Careca do INSS. O trabalho de blindagem feito pela base do governo na CPMI vai se tornar mais difícil, ainda mais agora, com o olho do furacão da investigação chegando perto da família presidencial.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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