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Madalenas arrependidas
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Convertei-vos!

O fim está próximo.

Ou, a depender das prioridades, as municipais estão próximas.

Poucas semanas atrás, o gentleman Alexandre Frota confirmou saber de fake news e admitiu ter jogado duro (sem ironia) e sujo (idem). Nas eleições, valia tudo. Agora, a ilibada Joice Hasselmann confessou pensamentos e palavras, atos e omissões semelhantes. Nas eleições, valia tudo.

Ambos, e tantos outros, como virgens de última hora, fingem escândalo com a virulência, a selvageria e as mentiras deliberadas do entourage bolsonarista. Ruborizam ante as práticas que praticaram como verdadeiros vocacionados.

Eu bem queria ficar esperançoso com essa, digamos, tomada de consciência na estrada de Damasco. Eu queria ter mais fé. Como filhos pródigos da política, eles têm voltado cheios de humildade, jurando não-foi-bem-assim, aprendi-a-conversar, prometo-melhorar, pequei-não-peco-mais.

Será?

Já errei, já mudei de ideia, errarei, mudarei de ideia, e gosto de pensar que merecemos algum crédito quando admitimos os erros ou mudamos de ideia. Porém, onde estará o ponto de não retorno? Melhor: onde estará o limite da cara-de-pau?

Essas conversões, do modo como têm se dado, sugerem um oportuno brand management, mais que sincera contrição. Figuras se reajustam na geografia do cinismo, vestem remendados disfarces, reaprendem velhas genuflexões.

Mas a verdade é que o último pleito foi, para além do tolerável, um festival de mentiras deliberadas ou sugeridas, ataques gratuitos e pagos, chantagem ideológica e otimismo a fundo perdido.

É difícil acreditar em quem quer que seja. Pelo sim, pelo não, anoto os nomes dos santos e respectivos milagres. Como um Tomé patologicamente desconfiado, preciso ver para ter certeza em quem não crer.

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