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Rinat Dasayev
Rinat Dasayev| Foto:

O comunismo deu certo na Venezuela e é preciso admitir isso. Só mesmo sendo muito desonesto para negar uma verdade tão indiscutível, que brada aos céus, que embala os sonhos das criancinhas. Deu certo na Venezuela, em Cuba, também na China de Mao Tsé-Tung e na saudosa União Soviética. O comunismo deu tão certo na União Soviética que produziu Rinat Dasayev, a verdadeira Cortina de Ferro. O comunismo dá certo e mostra toda sua vitalidade na Coreia do Norte.

Quando o comunismo dá certo, dá nisso: estatização econômica, empobrecimento, hiperinflação, desindustrialização, genocídio, polícia secreta, campos de trabalhos forçados, crimes de opinião, censura à imprensa, burocracia, desvios bilionários de dinheiro público, confisco da propriedade privada, propaganda oficial, impedimento da oposição, prisões sem processo legal, constituições biônicas, democracia direita, conselhos populares, corte de cabelo à moda Kim Jong-um.

Pois é esse tipo de sucesso e de soberania que é defendido até hoje pelo Partido dos Trabalhadores. O deputado Paulo Pimenta  e os senadores Lindbergh Farias e Gleisi Hoffman assinam nota de repúdio à posição “subserviente do governo autoritário de Jair Bolsonaro de apoiar a política de Donald Trump em relação à Venezuela, que visa desestabilizar o governo eleito daquele país e acirrar seu conflito interno”.

Numa coisa eles estão certos: a diplomacia brasileira sempre primou pelo alto preparo técnico e cultural de seus diplomatas; por uma disposição à neutralidade e um respeito à soberania dos povos; por certa aversão, bastante oportuna, à ideologização na hora de negociar os melhores interesses comerciais e políticos do país.

É mesmo verdade. Leiam o excelente livro de Rubens Ricupero, A Diplomacia na Construção do Brasil. 1750-2016. Sempre foi assim – até o reinado de Lula. A partir de seu governo o Brasil passou a andar com más companhias e a falar com os estranhos da rua. Ditadores, terroristas, assassinos. Cínicos como costumam ser, temem agora que Ernesto Araújo faça aquilo que Marco Aurélio Top-Top Garcia e Celso Amorim abusaram de fazer.

Não sou o mais entusiasmado cidadão brasileiro depois da vitória de Bolsonaro. No entanto, uma coisa é uma coisa e outra coisa é o PT e suas sandices autoritárias. Declarações como essas têm pelo menos uma serventia: deixar ainda mais obscena a canalhice e jogar a última pá de cal na cova da ideologia. O que acontece na Venezuela, mesmo para gente com padrão-Hoffman de insensibilidade moral, é um escândalo à espera de intervenção.

A nota prossegue dizendo que o governo brasileiro “não reconhece o mandato do presidente Maduro e incita a realização de um golpe de Estado”. Não há mandato. Não há presidente. Não há estabilidade para ser desestabilizada. Não há governo. Não há Estado de Direito. O que há é Maduro, dando prosseguimento à ditadura de Chávez, com apoio subserviente do PT e o discurso de mentirosa neutralidade.

Eu só não posso esconder um sentimento: o de que, pensando bem, é até melhor assim. Imaginem se, depois de tudo, Lula e o PT fizessem mea culpa, admitissem crimes e erros, reformassem o estatuto, demitissem os bandidos, tomassem rumo na vida, arranjassem algum juízo na cabeça e pedissem uma segunda chance? Não, obrigado. Prefiro que não me peçam perdão, porque não sou capaz de perdoar. Deus me perdoe por isso. Que eles continuem sendo desse jeitinho e sejam fiéis à própria história. O PT deu certo: foi, é e será isso aí mesmo, do berço à cova.

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