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Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado - Wikimedia Commons
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado - Wikimedia Commons | Foto:

A semana foi movimentada com o golpe dentro do golpe no PSL. Por que golpe? Jair Bolsonaro fez acordo com Bivar (pai) a despeito da vontade de Bivar (filho). Roma é aqui. Por que golpe dentro do golpe? Porque havia um movimento de renovação do partido, Livres, que pretendia tomar conta da sigla e chutar para escanteio a “velha política”. Golpe branco. Os militantes do Livres descobriram, da pior maneira possível, que não há “velha política”, há política, e eles não sabem fazê-la direito. Não que saber fazê-la seja mérito; apenas constato: não sabem; não souberam. As quixotescas declarações de que Bolsonaro nunca seria aceito tornaram mais vergonhosas as desculpas depois que Bolsonaro foi aceito. Aquele jogo em que todo mundo perdeu: o Livres perdeu porque perdeu mesmo, e ficou à deriva, movimento à procura de seu candidato; o PSL, barriga de aluguel, e Jair Bolsonaro, candidato alugado, perderam porque ganharam da pior maneira; vitória de Pirro. Muito provavelmente morrerão abraçados.

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Sobre Jair Bolsonaro, há quem me queira esganar por não levar a sério a figura. Engano: levo-o a sério. Por levá-lo a sério, desprezo-o. Quando um candidato é recebido por centenas de populares como Dom Sebastião, a essa altura do campeonato, sabemos que nada existe de mais velho do que o novo, em política. Samsara.

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“Mas e o Lula?” Apelar à possível vitória de Lula para justificar o voto em Bolsonaro é como apelar à culpa de Eduardo Cunha para justificar a culpa de Lula. Nem sempre o menos pior é de fato menos pior.

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Sobre o Livres: lamento que não exista um movimento liberal ou conservador, mais ou menos liberal ou mais ou menos conservador, que se queira sinceramente apartidário. Quando do impeachment da desgovernante Dilma Rousseff, pensei que esse papel caberia ao MBL, ao Vem pra Rua e a movimentos semelhantes. Que se tornassem uma espécie de “UNE do bem”: organizações não partidárias que fariam política sem se meter com políticos. Engano meu: o único movimento desses grupos foi catapultar seus líderes para a política mais chinfrim. O menino nasce como líder e morre como deputado, como borboleta que se enfiasse no casulo de novo, saudosa de ser larva. Não vou mais lamentar.

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Comentário de Joel Pinheiro da Fonseca que, em linhas gerais, subscrevo.

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