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Amendoim vs Ecstasy
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Alex Massie e Ronald Bailey comentam um editorial recente da New Scientist. A revista faz uma pergunta desafiadora:

Você está sentado numa mesa com duas tigelas à sua frente. Uma com amendoim, outra com MDMA (ecstasy). Um estranho senta ao seu lado, e você deve decidir o que oferecer: a “bala” ou o amendoim. O que é mais seguro?

A resposta: ecstasy, é claro.

A ideia da revista não é incentivar o uso de drogas (justamente o contrário), e sim colocar o uso de ecstasy em perspectiva. Mais pessoas morrem de reação ao amendoim do que à uma pílula da droga.

Uma matéria na mesma edição mostra que os efeitos negativos do ecstasy são muito menores do que costumamos imaginar. Pelo menos no médio prazo (a duração da pesquisa foi de três anos).

“Com exceção do teste de memória verbal, em todos os outros os usuários de ecstasy se saíram tão bem quanto os não-usuários. E mesmo o efeito na memória verbal é tão pequeno, uma diferença média de apenas um quarto de uma palavra numa lista de 15, que as implicações reais são questionáveis.”

O texto deixa claro que as consequências de longo prazo ainda são desconhecidas. Pode ser que sejam devastadoras. Mas, por enquanto, como diz o título do editorial, o grande mal do ecstasy é levar os políticos à loucura.

Em outras palavras: não faz sentido, por exemplo, do ponto de vista da estatística, o governo de Santa Catarina proibir as raves por causa do uso de ecstasy e permitir a venda de cucas alemãs (feitas de amendoim) durante a Oktoberfest.

Uma política pública para o combate das drogas será muito mais eficiente quando soubermos o real efeito das mesmas sobre os usuários. Bancar o político protetor dos pais temerosos é muito bonito, mas funciona?

Reprodução
Amendoim indígena.
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