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O PMDB foi o partido que mais recebeu votos nestas eleições municipais. Ao todo, 18,4 milhões de eleitores votaram num candidato a prefeito do partido. O senhor F. Arranhaponte, do blog A Torre de Marfim, fez a melhor definição do que em breve será a política no Brasil: um grande PMDBão. Segue uma canjinha aqui, mas vão lá e leiam tudo.

Eu costumava achar que o sistema partidário iria se organizando em torno da polaridade PT/PSDB, os dois no centro (como convém nos tempos modernos), o PT um pouquinho mais à esquerda, e com um DEM convertido em centro-direita séria (para o que bastaria a substituição de 100% dos quadros do partido) para ajudar o PSDB a equilibrar as forças contra um adversário de maior apelo populista. Nesta visão, o PMDB era uma excrescência, um câncer de um tipo muito especial, um resquício de uma organização primitiva que cresce em vez de encruar rumo ao desaparecimento. Me incomodava no PMDB o inchaço, a uterina falta de ideologia, a mescla muito vagabunda de corrupção generalizada com um ou outro suposto luminar de ética, o eterno apoio fisiológico a todos os governos desde a redemocratização. Imaginava que PSDB e PT poderiam aos poucos ir absorvendo os destroços aproveitáveis desta gelatina pútrida que sobrara como um cagalhão não removido na transição da ditadura para a democracia.

Pois eis que me dei conta de que, como de hábito, viajei. O PMDB não desaparecerá jamais. Ele não será absorvido por outros partidos que sejam ao menos nanamente ideológicos. Não, meus caros, é o PMDB que vai absorver os outros partidos, até que toda a nossa política se resuma a um imenso PMDBão.

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