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O mercado brasileiro voltado aos animais domésticos já é o segundo maior do mundo, atrás, apenas, do dos Estados Unidos. Segundo dados da Associação Brasileira de Produtos para Animais de Estimação, a Abinpet, em 2014 o setor deve faturar R$ 16,4 bilhões, 8,2% a mais que no ano passado. A população de animais de estimação supera os cem milhões de indivíduos (crescimento anual: 5%), o que coloca o Brasil na quarta colocação do ranking mundial dos pets, atrás de China, Estados Unidos e Reino Unido.

Os brasileiros, enfim, são apaixonados pelos “bitchos”, o que estabelece um fenômeno sócio-animal interessante. Há uma multidão de bichos amados e outra de abandonados – e isso, é claro, atrai os políticos. Os reconhecidos por sua defesa dos direitos animais, têm, sempre, chances substanciais de vitória nas urnas. Um exemplo: em 2012, o vereador mais votado do Brasil, Roberto Tripoli, de São Paulo, emplacou a bagatela de 132 mil votos com uma plataforma centrada no epíteto “defensor dos animais”.

Em São Paulo, nas eleições de 2014, há pelo menos dez candidatos cuja plataforma se baseia na proteção animal; no Paraná, em uma conta rápida, são três – Rasca Rodrigues, Professor Galdino e José Ibañez. Ibañez, aliás, adotou uma estratégia interessante de propaganda: em seus cavaletes, substituiu o próprio rosto por imagens de cachorros simpáticos. Com isso, também foge da ira dos destruidores das peças, que, provavelmente, não vão atacar figuras amigáveis.

Para o eleitorado engajado na questão, resta examinar, entre os candidatos, aqueles cujas propostas sejam factíveis. Vale a pena, também, consultar as muitas redes de apoio à proteção animal e as instituições envolvidas com o tema para saber se os cabras são, de fato, defensores da causa, ou se são apenas “caroneiros” de um fenômeno emocionalmente impactante.

No mínimo, pelo menos para mim, esses candidatos caminham bem no sentido de explicitar uma causa e bater nela impiedosamente. Até porque, entre nós, o mais comum são os candidatos ao legislativo generalistas, que defendem da saúde aos discos voadores, e trans-regionais, que falam para o público das ilhas do litoral ao das ilhas do rio Paraná. O que, data vênia, cheira fortemente a engambelação.

A óbvia e eterna recomendação é ficar de olho, mesmos nos postulantes a São Francisco. Político, já dizia Bezerra da Silva, é cerol fininho.

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