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É perceptível, principalmente na campanha eleitoral para prefeito, um esvaziamento do discurso crítico em relação ao modelo de administração adotado pela cidade há cerca de duas décadas. Por medo do conservadorismo, os postulantes contemporizam, deixam de bater ou, então, condicionam as críticas. Idéias como a de que “o modelo é bom, mas está esgotado”, vindas da oposição, soariam estranhíssimas em épocas de barbas mais longas. O mal, para os menos ortodoxos, não parece estar na raiz, no próprio modelo, mas em seu falecimento diante de uma nova realidade. Esse discurso é bom ou é ruim? Ou o medo do “conservador eleitorado curitibano” desarticula críticas mais severas?

Vasculhando minha estante de alfarrábios, encontrei um livro com textos de Mao-Tsé-Tung. Em um deles, o “Grande Timoneiro” discute as contradições, observando que, em determinadas situações, o ideal é, mesmo, se aliar momentaneamente ao “inimigo” (ou, em nosso caso, criticar de forma mais sutil) em nome de uma vitória maior, contra um inimigo maior (são as chamadas “pequenas contradições” versus as “grande contradições”). Inimigo maior, em nosso caso, representado por quem pode impedir o candidato x, y ou z de ser eleito.

Talvez isso explique o que estamos vendo, coisas como o candidato Beto Richa agradecendo aos governos estadual e federal por parcerias passadas ou a candidata Gleisi Hoffmann reconhecendo que Curitiba foi considerada, um dia, modelo em determinadas áreas. Por não ter maiores leituras, não vou além disso, até para não ferir o padrão de encarar as coisas de forma mais carnavalesca e menos técnica.

Para animar o momento, posto também um vídeo que eu reputo absolutamente revelador da confusão ideológica instalada no mundo em tempos recentes. Trata-se do hino country americano “Sweet Home Alabama”, interpretado pela banda Leningrad Cowboys com a participação – apenas e tão somente – da glória da antiga URSS, o Coro do Exército Vermelho.

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