Desde o fim de fevereiro, quando o presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi pessoalmente ao Congresso Nacional e entregou o texto da proposta de reforma da Previdência, o tema dominou o debate legislativo em Brasília. Ainda que entre os meses de fevereiro e agosto o projeto tenha sido debatido formalmente apenas na Câmara, os senadores não aguardaram apaticamente sua chegada ao Senado. Em março, criaram uma comissão especial da reforma e também se dedicaram à discussão. Com isso, há oito meses os senadores – e entre eles os três representantes do Paraná – têm dedicado boa parte de sua energia, tempo e capital político às tratativas da reforma da Previdência.
É bem verdade que nas últimas semanas a intensidade do debate entre a bancada paranaense arrefeceu e a defesa outrora vigorosa da proposta do governo perdeu seu ímpeto. O discurso de Alvaro Dias ao orientar a votação da bancada do Podemos na terça-feira (22) resume bem esse movimento.
“O Podemos encaminha o voto ‘sim’ sem gerar a falsa expectativa de que essa reforma da Previdência possa ser solução para os problemas mais angustiantes deste país”, disse o senador em plenário.
Conforme o interesse no debate do texto foi se esvaziando – e especialmente agora, após sua aprovação pelo plenário –, os senadores do Paraná começaram a alimentar outros temas de sua agenda política.
Alvaro e Oriovisto
As bandeiras dos correligionários Alvaro Dias e Oriovisto Guimarães, ambos do Podemos, são muito similares e estão alinhadas com o que defende o grupo “Muda Senado”, conjunto de mais de 20 senadores que tem remado contra forças tradicionais da Casa, como MDB, PT e DEM e atuado em pautas moralizadoras, de combate à corrupção e de redução do tamanho da estrutura do estado.
No dia seguinte à aprovação da reforma da Previdência, por exemplo, os dois paranaenses estavam capitaneando um grupo de senadores que convocou uma entrevista coletiva para a apresentação de uma Porposta de Emenda à Constituição que defende a redução de um terço no número de deputados federais e senadores no Brasil.
“As reformas que o Brasil precisa não acontecem porque o jogo de interesses, o emaranhado de partidos e o número de parlamentares é de tal ordem que fica uma bagunça. Uma barafunda que ninguém se entende”, justificou Oriovisto.
Outro grupo de propostas defendidas pela dupla – e que também está em consonância com as pautas do bloco Muda Senado” tem relação com as bandeiras políticas do lavajatismo: a defesa da prisão de condenados em segunda instância e o fim do foro privilegiado são os dois pontos principais desse núcleo de propostas voltadas ao combate à corrupção.
LEIA MAIS: Como o Paraná conseguiu parte do dinheiro do pré-sal que ia para o Nordeste
Há também no horizonte projetos que visam a facilitar a retomada do crescimento econômico do país. A reforma tributária capitaneada pelo também paranaense Luiz Carlos Hauly foi apadrinhada pelo Senado Federal por articulação de Alvaro Dias. O projeto avançou pouco na casa durante a discussão da reforma previdenciária, mas, agora, com esse terreno limpo, tem mais chances de avançar.
Flavio Arns
Flavio Arns (Rede) também integra o movimento Muda Senado e já esteve muito perto de se filiar ao Podemos, partido liderado por Alvaro, mas sua atuação não é tão coordenada como a dos outros dois senadores paranaenses. Ele apoia as bandeiras de Alvaro e Oriovisto, mas não toma à frente nessas questões. Seus principais projetos, onde propõe políticas e faz questão de ter protagonismo, são nas áreas onde se de deu boa parte de sua trajetória política: saúde e educação.
VEJA TAMBÉM: As 4 prioridades do Paraná em Brasília acordadas entre Ratinho e parlamentares
Em temas estruturantes, sua atuação tem sido mais destacada nas discussões sobre o novo Fundeb – o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica. Previsto nas Disposições Transitórias da Constituição Federal, a vigência do fundo termina no fim do ano que vem. Por isso está sendo discutida legislativamente uma nova modelagem. Um dos objetivos do senador é que o Fundeb se torne permanente, saindo das Disposições Transitórias e entrando no corpo da Constituição. Além disso, Arns defende o aumento de aportes do governo federal no fundo.
-
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
-
Relatório americano divulga censura e escancara caso do Brasil ao mundo
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Lula afaga o MST e agro reage no Congresso; ouça o podcast
Reintegrado após afastamento, juiz da Lava Jato é alvo de nova denúncia no CNJ
Decisão de Moraes derrubou contas de deputado por banner de palestra com ministros do STF
Petrobras retoma fábrica de fertilizantes no Paraná
Alep aprova acordos para membros do MP que cometerem infrações de “menor gravidade”
Deixe sua opinião