Ao desengavetar o projeto que dá autonomia à Polícia Federal que estava parado há dez anos na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados o deputado federal Felipe Francischini (PSL), presidente da CCJ, expôs uma contradição entre o governo de Jair Bolsonaro (PSL) e as raízes do bolsonarismo.
Construída com forte apoio das forças de segurança pública, a campanha de Jair Bolsonaro (PSL) sempre defendeu o fortalecimento institucional das polícias, especialmente para garantir sua atuação diante de ingerência políticas. Nas últimas semanas, entretanto, o próprio presidente tem entrado em atrito com o Ministério da Justiça e com entidades representativas da Polícia Federal justamente por interferir em nomeações do terceiro escalão da corporação.
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Foi após esses desentendimentos que Felipe Francischini desengavetou o projeto de autonomia. Ele diz não ser uma resposta ao governo e nem temer que isso gere indisposição com o Palácio do Planalto. Segundo ele, Bolsonaro e seus aliados mais próximos sempre defenderam que a Polícia Federal seja uma instituição de estado, não de governo. Esse posicionamento, diz Francischini, não deve mudar agora que Bolsonaro está no governo.
Para deixar claro que a tramitação da proposta não é uma resposta ou provocação ao governo, mas sim a defesa institucional da Polícia Federal, Francischini cogita incluir na proposta a previsão de que ela passe a valer a partir da próxima gestão. Segundo ele, se essa medida não for aprovada agora, o combate à corrupção ficará comprometido no país.
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