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O Brasil de hoje, de Lula do STF, vive em função de uma mentira orgânica, talvez a mais perniciosa que já teve em toda a sua história de méritos escassos e realizações de pequena importância. É a mentira fundamental de um regime que nasceu aleijado, nunca se livrou das suas deformidades de nascença e está clinicamente morto – mas se joga agora numa guerra aberta para seguir mandando no país. Não pode fazer isso por meios legais e democráticos. Vai empenhar todas as suas forças na construção de uma nova ditadura.
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O governo Lula e o STF montaram uma ficção esfarrapada, com o apoio intransigente da maior parte da mídia e das classes culturais caboclas, pela qual o Brasil que controlam é uma “democracia recivilizada”. Fazem de conta, por exemplo, que o Congresso Nacional funciona, que o aparelho da Justiça julga pessoas e causas dentro do devido processo legal e que as eleições são limpas – o escrutínio é secreto e as urnas são deles, mas não se pode sequer sugerir que se mude algo.
O mundo das realidades mostra que nada do que o consórcio Lula-STF diz é verdade e nada do que faz é honesto. No momento atual, a propósito, ambos se comportam de maneira especialmente safada: querem anular uma decisão do Congresso contra o aumento do IOF, tomada por uma maioria humilhante, e fingem que o STF é um juiz imparcial que vai decidir, com base nos “méritos jurídicos”, essa “divergência” entre o Executivo e o Legislativo.
O STF deixou, já há vários anos, de ser um tribunal de Justiça para assumir, sem nenhum pudor, o papel de facção política cegamente dedicada a servir o governo Lula. Não há mais Três Poderes no Brasil: há, isto sim, uma gangue entre Executivo e Judiciário que anula qualquer poder legislativo
Não é absolutamente nada disso. O STF deixou, já há vários anos, de ser um tribunal de Justiça para assumir, sem nenhum pudor, o papel de facção política cegamente dedicada a servir o governo Lula. Não há mais Três Poderes no Brasil: há, isto sim, uma gangue entre Executivo e Judiciário que anula qualquer poder legislativo sem precisar fechar formalmente o Congresso. Fica aberto, faz sessões, aprova e rejeita projetos, mas não manda nada – é o STF quem decide se as leis valem ou não.
É mais fácil Lula perder uma votação no Diretório Nacional do PT do que no STF. A jurisprudência, aí, está mais do que formada: o Congresso “não tem o direito” de aprovar leis que contrariem o governo Lula, pois o que contrariar o governo Lula contraria a “vontade do povo”, tal como ela é definida pela extrema esquerda, pelos professores da universidade e pelos jornalistas. Por esse raciocínio, o povo quer o aumento do IOF, mas o Congresso não deixa. Tem de corrigir.
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Lula sabe muito bem o que está fazendo; a extrema esquerda e o STF também. Estão todos dando um golpe de Estado, simplesmente isso, porque não admitem um futuro longe da máquina estatal e dos seus trilhões. Foram longe demais; não dá para voltar atrás, a essa altura, e aceitar a vida de sempre. Ninguém ali tem o menor escrúpulo; enquanto as Forças Armadas continuarem pintando sarjetas, vai estar tudo bem para eles.
Não conte com o senso moral de nenhum ministro do STF, nem com qualquer compromisso com a democracia que alguém ali possa ter. Justo neste momento de aposta aberta no golpe, a ministra Cármen resolveu pôr para fora a alma negra que tem dentro de si. Disse que o Brasil é formado por “123 milhões de pequenos tiranos” – um insulto chocante aos cidadãos deste país, sobretudo porque foi feito com a intenção de ofender.
Por que “pequenos tiranos”? Porque, segundo a ministra, essa gente comete o crime de ir para a praça pública e dizer ali, em voz alta, qual é a sua opinião. Isso é intolerável, diz ela. Os direitos das pessoas devem estar abaixo dos direitos “do Brasil” – que, naturalmente, só ela e o STF sabem quais são. Não há na praça nada tão maciçamente fascista quanto uma frase com estes teores de estupidez. É isso aí, a cabeça da ditadura Lula-STF – todos “admiradores da China”, como se orgulha Gilmar Mendes.




