Um deputado de um dos partidos de oposição acaba de fazer uma declaração de guerra à democracia no Brasil – aberta, direta e em público. Nem adianta tomar o tempo do leitor dizendo quem é o deputado e qual é o partido; hoje, no Brasil, a maioria dos políticos do arco PT-PSOL-PCdoB e seus clones são uma pasta só, e o que um deles diz ou faz poderia ser dito ou feito por qualquer outro, de modo que tornou-se inútil o esforço para tentar achar diferenças entre eles.
O deputado em questão, na festa dos 40 anos de fundação do PT, afirmou que é preciso “destruir” o atual governo brasileiro. Para não deixar possíveis dúvidas, esclareceu que não basta mais apenas “resistir”, ou “fazer oposição” – é preciso “destruir”, repetiu ele.
Que diabo quer dizer uma coisa dessas? O que, precisamente, o homem está querendo que se faça? “Destruir”, como ele recomenda, significa o que, na prática? Se trabalhar legalmente contra o governo, exercendo as funções de oposição previstas em lei, não é suficiente, o que, então, ele sugere que os opositores de Jair Bolsonaro comecem a fazer?
Destruir, segundo está no dicionário, significa destruir – ou seja, não é nenhuma dessas palavras com meia dúzia de sentidos diferentes. Então: qual é a proposta concreta de mais esse líder da nossa esquerda? Nenhum jornalista vai fazer essas perguntas a ele, é claro, porque fazer essas perguntas seria um comportamento “fascista”. Mas mesmo que aparecesse alguém para lhe perguntar, o deputado ia correr para se esconder debaixo de alguma mesa. Iria dizer que disse, mas não disse o que acham que ele teria dito, e que estamos sob uma ditadura, e que os militares governam o Brasil, e que as prisões estão cheias de opositores – enfim, iria despejar uma mentirada em cima do interlocutor para fugir à responsabilidade de responder pelo que disse.
O Brasil tem um governo legal, eleito em 2018 por 58 milhões de brasileiros, a maioria absoluta do eleitorado que foi votar, em eleições absolutamente livres e cuja apuração não foi contestada em nenhum momento. O presidente Bolsonaro não contou na campanha com nenhuma ajuda do governo – nem um único centavo. Teve menos de 1 minuto de tempo diário no programa eleitoral na televisão e rádio. Não teve jatinhos, nem as verbas de partidos, nem o apoio de milionários, banqueiros, empreiteiras de obras, grandes empresas brasileiras ou multinacionais. Um ex-militante do PSOL tentou assassiná-lo com uma facada no estômago no final da campanha. Bolsonaro foi eleito, simplesmente, porque teve mais votos que o seu oponente. Foi eleito porque essa foi a decisão do povo brasileiro.
Ir contra isso tudo – “é preciso destruir esse governo” – é ir contra o resultado das eleições. É ir contra a democracia, diretamente. É admitir, em público, o problema insolúvel da esquerda brasileira, ou de qualquer outro país: o grande problema da democracia são as eleições, porque numa eleição o outro lado pode ganhar. Para a esquerda, só vale quando ela ganha; quando perde é uma “farsa” que tem de ser “destruída”.
Não há nenhuma justificativa possível para palavras como essa. Elas apenas mostram que a esquerda é abertamente a favor da ditadura no Brasil – a sua ditadura.
Siga a Gazeta do Povo no Instagram
Moraes mandou prender executiva do X após busca pela pessoa errada e presunção de má-fé
Defesa de Constantino vai pedir suspeição de Moraes e fez reclamação ao CNJ contra auxiliares do ministro
O fechamento do X no Brasil e a comemoração no governo Lula; ouça o podcast
Impeachment de Alexandre de Moraes ganha força após novo vazamento de mensagens
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião