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Aluga-se quarto, tratar aqui
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Coluna deste sábado publicada na Gazeta impressa, por este cartunista e dublê de cronista esportivo:

Bruegas e lágrimas

Estranho este episódio envolvendo definição de estádio para o Atlético jogar suas partidas pelo Estadual. Usar de artifício de algum texto (cuidado aí!) da Federação Tingui de Futebol para forçar o Coxa a alugar, por trinta mil, sua casa para o adversário da Baixada, foi uma manobra que causaria inveja a Kim Il-sung, se estivesse vivo.

Sobre o assunto, me ligou ontem tio Wal, atleticano de oito costados – pelos dois avós e os dois bisavós paternos e os dois avós e os dois bisavós maternos -, e recém separado, morando ora aqui, ora ali:

– Que presepada essa do Atlético ir à Justiça para jogar no Couto, hein? Seria o mesmo que eu entrasse com uma ação para você me alugar aquele seu quartinho de empregada que uso de vez em quando.

– Nem tente – respondi de chapa.

E, na cara dura, a parceira do Furacão na farofada, a FPF, ainda tenta suspender a liminar que garante ao Alviverde fazer o que bem entender com seu imóvel.

– E o Paranito meteu o bedelho onde não devia e se deu mal. A Vila Capanema seria uma boa alternativa de teto para os rubro-negros. Por conta do diz-que-diz e orgulhos feridos, nem isso teremos mais – continuou tio Wal.

– Vai jogar no Ecoestádio Janguito, tá sabendo? – perguntei-lhe.

– Sim, fiquei a par. O Atlético, com esta bruega toda, acabou arranjando só um quartinho de empregada.

***

Tudo indica que o Iraty, aquele que fingiu não ir, mas acabou indo, levará mais uma muxinga, a terceira, neste início de Estadual. Vai até o desejado Couto enfrentar o proprietário, pela terceira rodada, hoje à tardinha, às cinco. Sábado é um bom dia para ir ao estádio assistir futebol, além de comer feijoada e ler caderno esportivo.

Único jogo da rodada, o Coxa poderá ir para a cama na liderança, salvo se listas zebradas forem pintadas no Couto, hoje ocupada pelo bom time do Cianorte, campeão do interior no Estadual 2011. Rigorosamente iguais na tabela, o Leão do Vale lidera pelo critério de “desempate alfabético” com o Coritiba. “Ci” vem antes de “Co”.

***

Alguns jogadores de futebol não têm o menor pudor de chorar diante de todo mundo. Deve ser a classe profissional mais chorona do planeta.

Ontem foi a vez de Vagner Love verter lágrimas em sua apresentação ao Flamengo. Love não chorou porque o time da Gávea certamente não vai pagar em dia seu alto salário – dizem até que Ronaldinho Gaúcho vai cuidar de seu holerite.

Chorou porque não conteve a emoção de jogar em seu time de coração, o que é justo. E também porque cai bem jogador de futebol chorar.

Imaginem Cristovão Tezza, recebendo mais algum prêmio por seus ótimos romances, chorando enquanto segura seu galardão? É, não pega bem…

Siga-los nel tuíter; a face do bandido; a lojinha de los 3.

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