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O Curíntia e nosotros
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A gente observa que os torcedores da capital que torcem para nossos times têm ojeriza de paranaenses que torcem para times de outro estado, sobretudo São Paulo e Rio de Janeiro.

Ontem saiu uma matéria na Gazeta do Povo mostrando as expectativas dos torcedores corintianos do interior do estado em relação aos jogos da final da Libertadores contra o Boca Juniors. Nela aparece também uma pesquisa, de 2008, sobre torcidas no Paraná.

O Timão está em 1°, com 12,5%; o Atlético-PR em 2°, com 9,6%; o Palmeiras em 3°, com 7,6%; o Coxa em 4°, com 7,5. O Paraná Clube aparece em 8°, com 3,2% da preferência dos paranaenses, atrás de São Paulo, Flamengo e Santos.

O alento, entre nosotros, é que na capital o Curíntia perde de goleada, com uma torcida inexpressiva por aqui, apesar de a gente ver, em jogos como o de ontem em La Bombonera, nossos bares apinhados de corintianos bebendo nosso chope.

Não devemos esquecer que muitos desses corintianos do interior, sobretudo do norte, são migrantes de outros estados, em particular São Paulo. Este contingente não pode ser desprezado do resultado da pesquisa.

No oeste e sudoeste o estado, apesar de haver muitos torcedores de times de São Paulo, a maioria é torcedor da dupla Grenal. Muitos deles são filhos de gaúchos, do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que subiram pro Paraná, com mala e cuia de chimarrão, em busca de melhores oportunidades.

Conheço vários desses. Fui um deles, passei minha infância em Cascavel, minha família torcia pro Colorado e só fui descobrir que existia Coritiba, Atlético e Paraná quando me mudei pra capital, aos 15 anos.

Resumindo: e estado do Paraná foi e ainda é um estado hospedeiro, com população composta, em grande parte, por gente de fora.

Veja o exemplo de Curitiba. Pergunte pra dez pessoas na rua de onde são. Talvez você tenha sorte de encontrar um curitibano da gema. A maioria é alienígena, curitibanos paraguaios, como este cartunista.

Mandem bola, chicas y chicos.

PS: Perdemos o grande Vinícius Coelho, cronista esportivo como poucos. Gostava de ouvir ele dizer a palavra “lamentavelmente”. Achava engraçado. Lamentavelmente morreu abandonado pela imprensa para a qual tanto trabalhou. Era curitibano da gema.

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