Ivo Rodrigues era, além de grande voz, grande sujeito, bem-humorado. Sempre achei que ele tivesse uns dois metros de altura, grandalhão.
Quando o conheci pessoalmente, numas de tiete, vi que era um pouco mais baixo do que eu; mais ou menos 1m70, 75. Mesmo assim me senti um anão perto daquele roqueiro alegre e sorridente, ligeiramente tímido, a sombrancelha permanentemente em circunflexo (^). Sempre tive inveja de roqueiros; noitadas, mulheres… deixa pra lá…
(De modo geral roqueiros mantém uma expressão fechada, cara de poucos amigos, sisudos, tipo de saco cheio, me deixa em paz – Ivo não)
Assisti a uma dúzia de shows dele, solo ou com o Blindagem. Um vozeirão rock’n’roll e tanto – não tente comparações; não há e não houve outra voz parecida.
Como bem definiu o amigo Luiz Claudio “Lobão” Oliveira, Ivo tinha “A Chave” que abriu as portas para o rock entrar em Curitiba.
Certa vez eu estava cortando os cabelos do cocuruto numa barbearia perto de casa e o mito entrou e sentou numa cadeira, ao meu lado, com sua vasta cabeleira solta e o sorriso dentuço de sempre.
Disse-lhe que deveria gastar uma fortuna com aquela juba toda. Respondeu que eu é quem deveria gastar uma grana com os cabelos, pois corto mais regularmente.
E era verdade. Saiu antes de mim da barbearia. Só aparou umas pontas. “Vamos tocar hoje. Vai lá”, despediu-se.
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