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Lula, Pacheco, Randolfe e aliados na caravana da COP27
Lula, Pacheco, Randolfe e aliados na caravana da COP27| Foto: Reprodução/Facebook

O jatinho emprestado ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva não foi a única ajuda de empresários aos políticos que representaram o Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27). Os senadores Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, e Randolfe Rodrigues (REDE-AP) tiveram as despesas com passagens e hospedagem custeadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que promoveu eventos na conferência. As despesas de senadores e deputados chegaram a quase R$ 1 milhão.

O Senado pagou apenas as diárias, no valor de R$ 10 mil para Randolfe e R$ 12,7 mil para Pacheco. A assessoria de Randolfe afirmou ao blog que a viagem do senador para a COP27 “não foi custeada pelo Senado, mas sim pela Confederação Nacional da Indústria, que promoveu na conferência os eventos “Diálogo Empresarial para uma Economia de Baixo Carbono” e “Brazilian Industry Day”. A CNI custeou a passagem e a hospedagem do senador durante a COP em Sharm El-Sheikh”. A assessoria da Presidência do Senado confirmou ao blog que a CNI pagou as passagens e hospedagem de Pacheco, mas não informou os valores.

Lula viajou à COP27, no dia 14 de novembro, no jato do empresário José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp e dono da QSaúde. "Eu tinha um amigo que queria ir na COP e ele tinha um avião e eu fui com ele. Um avião novo, de boa qualidade, com muita segurança, porque é importante lembrar que um presidente tem que cuidar da sua segurança”, justificou Lula. Mas a viagem teve custos aos cofres públicos. Foram gastos R$ 83 mil com o deslocamento de seguranças e assessores da equipe de apoio de Lula na condição de ex-presidente. Dois deles tiveram despesas com passagens, num total de R$ 42 mil. As diárias dos quatro somaram R$ 39 mil.

"Diálogo empresarial"

No evento “Diálogo Empresarial”, Pacheco falou sobre a necessidade de ações para combater o desmatamento ilegal no Brasil. “Um país que tem energia limpa, que tem muita área preservada e que tem uma boa legislação ambiental, mas que vive um problema crônico da marginalidade, da clandestinidade do desmatamento ilegal. É caso de polícia, mas também é caso de controle, de fiscalização”, afirmou.

No dia 15 de novembro, ele publicou nas redes sociais: “Nesta terça-feira, reuni-me com o presidente eleito Lula e colegas senadores, em razão de agendas compartilhadas durante a COP27. Na oportunidade, lembrei que na esteira dos compromissos internacionais assumidos para redução de emissões de gases de efeito estufa, é fundamental a união dos Poderes Legislativo e Executivo para a promoção de eficientes e rápidas ações, sobretudo para combater o desmatamento ilegal no país. Isso significará a retomada, em breve, de investimentos vultosos do exterior para o nosso desenvolvimento econômico sustentável”.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, no evento "Diálogo Empresarial". Foto: Reprodução/Facebook
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, no evento "Diálogo Empresarial". Foto: Reprodução/Facebook

No mesmo dia 15, Randolfe postou uma foto das redes sociais ao lado de Pacheco e Lula. "Bora tornar o Brasil referência mundial. Estamos todos juntos, senadores, lideranças políticas e o presidente Lula, na promoção da Amazônia e do compromisso do país com o meio ambiente! Estamos reconstruindo a nossa imagem e mostrando ao mundo que podemos desenvolver preservando o meio ambiente e respeitando os povos", disse o senador.

Quanto custou

O Senado e a Câmara gastaram R$ 950 mil em diárias e passagens com viagens para a COP-27. As diárias de Rodrigo Pacheco custaram R$ 12,7 mil ao Senado. Mas também viajaram à COP o policial legislativo Alessandro Martins, o assessor Nilo Barroso Neto e o assessor de imprensa Alex Capella. As diárias dos três, pagas pelo Senado, somaram R$ 37,5 mil. A Presidência não informou quem pagou as passagens dos servidores.

As diárias e passagens do 13 senadores custaram R$ 633 mil. A maior despesa entre os senadores foi feita por Jaques Wagner (PT-BA) - R$ 82 mil. As suas despesas somaram R$ 47,4 mil, sendo R$ 11 mil em diárias e R$ 36 mil em passagens. Mas ele foi acompanhado do assessor Tiago Amaral Ciaralho, que gastou R$ 35 mil entre diárias e passagens. Fabiano Contarato (PT-ES) gastou R$ 79 mil, segundo os registros do Senado. Foram R$ 31,7 mil com diárias e 47,3 mil com passagens aéreas. A sua viagem estendeu-se de 4 a 21 de novembro.

A senadora Eliane Nogueira (PP-PI) recebeu um total de R$ 57 mil, sendo R$ 39 mil pelas passagens. Ela esteve também na sessão da União Parlamentar. O senador Sérgio Petecão (PSD-AC) recebeu 18 mil em diárias mais a passagem de R$ 32,7 mil – um total de R$ 51 mil. Giordano (MDB-SP) esteve por 15 dias no Egito e recebeu um total de R$ 48 mil, sendo R$ 28,6 mil em diárias. A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) gastou R$ 46 mil entre diárias e passagens. Os gastos de Daniela Ribeiro (PSB-PB) somaram R$ 45,3 mil, sendo R$ 27 mil com passagens.

Entre os deputados, a maior despesa foi de Júlio Delgado (PV-MG), num total de R$ 46 mil, sendo R$ 34 mil com passagens. Cláudio Cajado (PP-BA) gastou R$ 41 mil, com R$ 30 mil em passagens. Os 14 deputados que viajaram para a Cop-27 gastaram um total de 316 mil.

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