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Aeroporto
Avião decolando do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro| Foto: Acervo Infraero

As despesas com diárias e passagens de seguranças de familiares de Lula explodiram em julho e já somam R$ 1,4 milhão. Valor muito próximo dos gastos com diárias e passagens nas viagens nacionais do presidente – R$ 2,2 milhões. Os familiares de Bolsonaro gastaram R$ 493 mil no mesmo período em 2019, no primeiro ano do seu governo.

Dez das 19 viagens de seguranças para atender a família Lula tiveram duração de 14 dias ou mais. Numa delas, a equipe de segurança tinha 32 integrantes, ao custo de R$ 227 mil. Oitenta passagens custaram mais de R$ 5 mil. Uma delas chegou a R$ 13,7 mil. A maior concentração de deslocamentos ocorreu em julho, ao custo de R$ 1 milhão para o contribuinte. A Presidência não paga as despesas pessoais dos familiares. Paga apenas as despesas dos seguranças.

Os gastos dos familiares de Bolsonaro foram mais modestos. O maior número de viagens foi para São Paulo – com despesa total de R$ 52 mil. As viagens para Resende custaram mais R$ 55 mil. Uma passagem rápida por Florianópolis, de apenas dois dias, com 11 seguranças, ficou em R$ 41 mil. A viagem de quatro dias a Fortaleza, com sete seguranças, custou em R$ 17 mil. Todos os valores foram atualizados pela inflação.

Concentração em São Paulo

Os deslocamentos mais caros dos familiares de Lula foram para São Paulo. A viagem de 15 a 29 de julho, com 32 seguranças, custou R$ 227 mil em diárias e passagens. Vinte e oito passagens custaram mais de R$ 5 mil, três ficaram próximas de R$ 9 mil e uma chegou aos R$ 13,7 mil.

Outra viagem para São Paulo, de 27 de julho a 10 de agosto, com 31 seguranças, custou R$ 162 mil. A Presidência da República registrou que se tratava de substituição “a equipe que retorna, com a finalidade de dar prosseguimento nos serviços de segurança de familiar do sr. presidente da República”

De 6 a 17 de julho, uma equipe de 31 seguranças acompanhou familiares do presidente em São Paulo por 12 dias. A conta para o contribuinte chegou a R$ 194 mil. A Presidência registrou que eram integrantes da equipe de segurança “em apoio ao início dos serviços de implantação do Escritório de Representação em São Paulo e apoio aos familiares do sr. presidente da República – equipe de substituição”. Nessa turma, havia sete passagens acima de R$ 6 mil.

Mais uma viagem para São Paulo, de 27 de junho e 8 de julho, com 20 seguranças durante 12 dias, ao custo de R$ 102 mil. Eram “integrante da equipe de segurança em apoio à viagem de familiar do presidente”, informou a Presidência. Uma das passagens custou R$ 10,8 mil.

Interior e Nordeste também são destinos

Em data muito próxima, de 27 de junho a 12 de julho, 15 seguranças viajaram para Campinas “com a finalidade de iniciar os serviços de segurança de familiar do presidente”, em apoio ao Escritório de Representação da Presidência da República na cidade de Campinas. Com passagens mais baratas, as despesas ficaram em R$ 43 mil. Ainda no interior de São Paulo, a viagem de 15 seguranças para Jaguariúna, de 22 de julho a 5 de agosto, custou R$ 78 mil.

Houve três viagens para Aracaju, em junho, julho e agosto. Com 23 seguranças, as viagens custaram R$ 119 mil. A Presidência informou que a equipe “integrará a equipe de segurança em apoio à familiar do presidente da República no Escritório de Representação na cidade.

Cartões revelam gastos extras

O fim do sigilo das contas governos Lula (de 2003 a 2010) e Bolsonaro mostra que os cartões corporativos também pagam locação de carro, hospedagem e horas extras para os seguranças que acompanham os familiares do presidente.

No dia 26 de abril de 2003, por exemplo, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) solicitou à Presidência a locação de quatro veículos Vectra ou similar, dois deles com motoristas, por 30 dias, a partir de 3 de maio, para atender às necessidades de segurança de familiares do presidente Lula em Florianópolis. A segurança deveria ser mantida por 24 horas, em dias úteis ou não. O GSI acrescentou que haveria ainda despesas com horas extras e hospedagem dos seguranças que acompanharam a "comitiva".

Em 15 de abril, já haviam sido solicitados dois veículos quatro portas com motoristas para familiares do presidente, para o período de 15 dias, a partir de 23 de abril. O blog apurou que algumas viagens têm datas coincidentes porque eram fornecidos carros e seguranças para vários filhos do presidente ao mesmo tempo, em diferentes lugares do país, o que exigia uma logística ágil e muito dispendiosa.

Na última segunda-feira (18), o blog solicitou à Presidência de República alguns esclarecimentos sobre os custos com segurança nas viagens dos familiares do presidente. Perguntou, por exemplo, se as diárias cobrem despesas de hospedagem e alimentação dos seguranças ou essas despesas têm verba própria. Perguntou ainda se nessas equipes de apoio, há apenas seguranças ou estão incluídos assessores.

O blog destacou que o preço de 80 passagens superou os R$ 5 mil. Uma delas, para São Paulo, na viagem de 15 a 29 de julho, custou a R$ 13,7 mil. Outra passagem, na viagem de 27 de junho a 8 de julho, também para São Paulo, custou R$ 10,8 mil. E perguntou o motivo dos valores tão elevado. Por fim, alertou que a maior concentração de deslocamentos ocorreu em julho, ao custo de R$ 1 milhão. E perguntou se houve de excepcional em julho para justificar esses deslocamentos. Não houve resposta até a publicação da reportagem, mas o blog continua à disposição para possíveis esclarecimentos.

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