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Lula
A gastança dos familiares de Lula com seguranças em viagens pelo país.| Foto: André Borges/EFE

As despesas com diárias e passagens de seguranças nas viagens de familiares do presidente Lula já custaram R$ 4,2 milhões aos cofres públicos. De março a junho, algumas viagens tinham o registro de filhos do presidente – Lurian Cordeiro, Luís Claudio e Marcos Lula da Silva. Nos meses seguintes, esses dados foram mantidos sob sigilo. Na viagem de Lula a Juazeiro do Norte/CE, em setembro, houve o deslocamento de uma Pajero Full blindada para a primeira-dama, Janja da Silva, diante da possibilidade de “retomada da agenda da primeira dama”.

A despesa dos familiares do presidente está muito próxima dos gastos com as missões oficiais do vice-presidente, Geraldo Alckmin – R$ 4,6 milhões. Em algumas viagens, familiares de Lula contam com a segurança de até 30 ou 35 militares. O custo desses deslocamentos chega a superar os R$ 200 mil em cada uma das viagens, com duração de até duas semanas. Os detalhes das viagens são mantidos em sigilo durante o mandato presidencial, por questões de segurança, como prevê a Lei de Acesso à Informação. No caso, desinformação.

Nomes dos filhos sob sigilo

As viagens dos familiares de Lula começaram com moderação. Em 15 de março, três seguranças acompanharam Luís Cláudio Lula da Silva por dois dias, ao custo de R$ 10,6 mil. De meados de março ao final de junho, é possível identificar 46 viagens com o nome de cada um dos filhos de Lula, no valor total de R$ 184 mil. Eles estiveram no Rio de Janeiro, Brasília e Aracaju. A partir de julho, os nomes dos familiares ficaram sob sigilo. Mas estão disponíveis o destino, o número e o nome dos seguranças e o valor das diárias e passagens.

Até junho, as despesas com viagens de seguranças de familiares de Lula somavam apenas R$ 326 mil. Mas houve uma explosão de gastos em julho, num total de R$ 1,1 milhão. Depois, foram R$ 950 mil em agosto, R$ 734 mil em setembro e R$ 1 milhão em outubro. Os dados de novembro não estão fechados. Além de São Paulo, os destinos mais concorridos foram Jaguariúna (R$ 590 mil) e Aracaju (R$ 660 mil). A Presidência não paga as despesas pessoais dos familiares.

As maiores gastanças

Em 27 de julho, uma equipe de segurança de 33 militares, liderados por um oficial superior, deslocou-se a São Paulo para dar prosseguimento nos serviços de segurança de familiar do presidente da República em apoio ao Escritório de Representação da Presidência da República na cidade de São Paulo. Ali permaneceram por 15 dias. As diárias e passagens aéreas dos seguranças somaram R$ 174 mil. O valor médio das passagens foi de R$ 3,8 mil.

Em sequência, nova equipe de segurança com 32 integrantes, “em apoio a familiar” do presidente da República, voou para São Paulo, onde ficou por 15 dias. O valor médio das passagens dos seguranças chegou a R$ 5,1 mil – com a mais cara batendo em R$ 7,5 mil. A despesa total, incluindo as diárias, alcançou R$ 224 mil.

Outra equipe de segurança com 31 integrantes viajou a São Paulo, de 15 a 29 de julho, com a finalidade de dar prosseguimento nos serviços de segurança de familiar do presidente Lula. O valor médio das passagens alcançou R$ 5,6 mil. Os bilhetes mais caros chegaram a R$ 9 mil e R$ 13,7 mil. A conta para o contribuinte fechou em R$ 224 mil.

A equipe de segurança em apoio aos familiares do presidente e à implantação do Escritório de Representação em São Paulo custou R$ 202 mil em diárias e passagens. O valor médio das passagens foi de R$ 5,2 mil. A missão dos 32 militares foi de 6 a 17 de julho. O grupo foi liderado por um oficial superior.

Quem fez as maiores despesas?

O blog perguntou à Presidência da República quem foi acompanhado nas viagens com cerca de 30 seguranças: a primeira-dama ou filhos do presidente? Sobre o registro “Levar a viatura blindada Pajero Full, inclusive considerando a possibilidade de retomada da agenda da primeira-dama Janja da Silva”, na visita do presidente Lula a Juazeiro do Norte/CE, o blog perguntou: o veículo blindado foi realmente utilizado pela primeira-dama?

A Presidência repassou a demanda para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela segurança dos familiares do presidente da República. Não houve resposta até a publicação da reportagem.

Conteúdo editado por:Jônatas Dias Lima
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