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Luís Ernesto Lacombe

Luís Ernesto Lacombe

Vaza Toga e Eduardo Tagliaferro

A guerra sem fim pelo Brasil

Ex-assessor de Moraes acredita que ministro seria responsável por vazamentos envolvendo Bolsonaro e aliados.
Ex-assessor de Moraes acredita que ministro seria responsável por vazamentos envolvendo Bolsonaro e aliados. (Foto: Reprodução/Instagram Eduardo Tagliaferro)

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Quase todo dia surge uma nova prova dos crimes de Alexandre de Moraes. A coleção de abusos, arbítrios e ilegalidades cometidos pelo sancionado por violação dos direitos humanos já é enorme, e cresce, e cresce, e cresce... Eu não teria como citar neste texto tudo de errado que o ministro já fez e tem feito. A ideia é não ultrapassar os 5 mil toques, o que é nada perto do material reunido no Dossiê Moraes. Recomendo, aliás, que todos acessem as informações reunidas lá. Principalmente quem ainda considera Alexandre de Moraes “a muralha em defesa da democracia”, ou quem acha que ele, em certos momentos, precisou rasgar as leis, para, tiranicamente, “salvar e proteger a liberdade”... Nesses grupos, quase sempre na interseção dos dois, lamentavelmente, está grande parte da imprensa.

As denúncias contra Moraes têm de ser levadas a sério, não podem ficar apenas na bolha dos apoiadores de Jair Bolsonaro. As mais recentes, apresentadas na Comissão de Segurança Pública do Senado pelo ex-assessor do ministro no Tribunal Superior Eleitoral, têm base em provas concretas. Eduardo Tagliaferro não apenas mostrou documentos e mensagens trocadas pelas equipes de Moraes no STF e no TSE como também apresentou os metadados dessas comunicações. Eles fornecem informações como, por exemplo, autor, receptores e data de criação e envio... Está escancarado que Moraes orientou a execução de uma série de crimes, como no caso, de agosto de 2022, do grupo privado de WhatsApp que reunia empresários. O ministro teve conversas clandestinas com seus assessores no STF e no TSE e também com o procurador-geral da República. Tudo foi feito secretamente. Quem se diz jornalista não pode ignorar as combinações indevidas, os arranjos, as falcatruas.

Não adianta nada a notinha do STF afirmar, sem provas, que todos os procedimentos 'foram oficiais' e 'regulares'... E por que grande parte da imprensa decidiu não cobrar nada, ignorar o caso?

Quem pode rebater o fato de que Alexandre de Moraes foi para cima dos empresários a partir de uma reportagem de Guilherme Amado publicada no Metrópoles? E não estou nem falando que não havia crime algum nas conversas entre os empresários, que apenas exerciam sua liberdade de expressão, de novo, num grupo privado... A nota oficial emitida pelo STF na última quarta-feira não chegou nem perto disso. Ora, um sancionado por violação dos direitos humanos “dá a sua palavra” de que não fez nada de errado, e pronto? Os cegos, surdos e mudos seletivos, aqueles com problemas cognitivos e morais, esses, com certeza, estão à vontade para negar a realidade, os fatos. Só que as provas estão sobre a mesa... Para não deixar claro que a perseguição aos empresários foi empreendida com base numa matéria jornalística, o relatório que embasou a “operação” e os mandados de busca e apreensão tiveram as datas alteradas, como se tivessem sido feitos antes da publicação da reportagem, e não depois. O nome disso é fraude. É ilegalidade pura.

Não adianta nada a notinha do STF afirmar, sem provas, que todos os procedimentos de Moraes “foram oficiais” e “regulares”... E por que grande parte da imprensa decidiu não cobrar nada, ignorar o caso? Por que as denúncias ainda não foram investigadas por quem se diz jornalista, por órgãos públicos pertinentes, pelo Senado chefiado por Davi Alcolumbre? Porque o povo, de quem todo o poder deveria emanar, foi abandonado por essa quadrilha. Mesmo assim, os brasileiros de verdade não se entregam. A fé, a base para o surgimento da esperança, que é a fé em ação, está inabalada. Mesmo perseguidos, exaustos, feridos, nós não desistimos da luta. E agimos, com as forças possíveis sempre renovadas, com o máximo alcance que temos. Não paramos, não precipitamos, não retrocedemos. Sabemos muito bem que a guerra é sem fim e que só seremos derrotados se desistirmos dela, se nos rendermos. E isso está fora de questão.

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Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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