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ajuste fiscal Lula Congresso
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula.| Foto: André Borges/EFE

O discurso dos impostores é de um amor profundo pelos impostos. Os politiqueiros, os gastadores no poder, os economistas de araque, os jornalistas da ficção, não do mundo real... Ludibriar e iludir, isso eles fazem bem. Mais impostos? Viva! Está na manchete do jornal: “É o melhor do ponto de vista social, fiscal e ambiental”. E como alguém ainda pode questionar medida tão acertada? Mais impostos, os impostores garantem, e teremos maior proteção aos pobres, redução da inflação, menor taxa de juros, estabilidade nas contas públicas e um ar mais limpinho. É o mundo maravilhoso dos tributos. Vamos dar mais dinheiro para o governo e resolver todos os nossos problemas.

Os impostores nos chamam de “contribuintes”... O que somos de verdade: pagadores de impostos. E pagamos, pagamos, pagamos. Somos felizes assim. Temos segurança, ensino e saúde de qualidade. Os impostores já esclareceram: esse paraíso todo foi o dinheiro dos nossos impostos que construiu. O tal presidente que resolveu reduzir e até zerar a carga tributária de milhares de produtos, ele arriscou todas essas conquistas. Onde já se viu derrubar impostos, baratear a gasolina e, mesmo assim, bater recorde de arrecadação federal? Não dá. Acredite nos impostores.

Mais impostos? Viva! Está na manchete do jornal: “É o melhor do ponto de vista social, fiscal e ambiental”. E como alguém ainda pode questionar medida tão acertada?

Nunca foi tão necessário que a gasolina fique mais cara. Qualquer problema, a Petrobras que se vire, que segure preços, entube prejuízos. Vai dar certo, os impostores são pós-graduados... Os produtos que consumimos, nossos alimentos, isso tudo anda por aí de trem elétrico, no lombo de jegues, em carroças puxadas por cavalos. Reonerar é tão delicado. Reonerar parcialmente é mais delicado ainda. Se inventam um novo imposto sobre a exportação de petróleo cru, temos de achar muito bom. Nossos impostos salvam o governo, e o governo nos salva. É tão lindo.

Os impostores juram que o governo não quer exatamente o nosso dinheiro. A ideia é reduzir o uso de combustível fóssil. Há 2 mil anos, eles anunciam o fim do mundo. Agora, parece que ficou para 2050. A não ser que os carros elétricos nos salvem. Não importa se a extração de metais usados nas baterias esteja destruindo a natureza, principalmente na África. Não importa que se queime combustível fóssil para produzir carros elétricos, para carregar suas baterias, cujo descarte também é um problema... Não importa que um carro a gasolina moderno emita 75% menos monóxido de carbono do que um carro da década de 1990.

É bom ficar claro, de uma vez por todas: os impostos são poderosos, são a solução universal. Os impostores nem se lembram de enxugar a máquina pública. Cortar gastos do governo não é recomendável. Podemos ter 37 ministérios, podemos contratar um mundo de gente, adorar a burocracia, desprezar a digitalização... Podemos reformar e redecorar um palácio, viajar para compromissos particulares em aviões da FAB, podemos gastar sem nenhum controle. Os impostos estão aí, para recompor o orçamento. Governo tem de ser gordo, espaçoso, gastador. E os impostores já decretaram: imposto, imposto é tudo de bom.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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