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Janja
Janja e Lula.| Foto: Enrique Garcia Medina/EFE

Toda menina dança, isso já foi música boa... Do bom-dia ao condenado na cadeia ao bom-dia, boa-tarde e boa-noite ao mundo, ela vai por aí, dançando. Está nas fotografias, nas imagens caprichadas, toda “grifada”, rompendo hotéis de luxo, só lugares chiques, palácios, as sedes suntuosas de organismos que, como ela, se acham importantes.

Ela acena para ninguém, ela não precisa de ninguém. Ela vira os olhinhos e sorri, sorri para si mesma, para sua alegria, que basta. Ela dança, e dança, porque o mundo gira, o mundo gira em volta dela. As coreografias pelos cinco continentes, os rodopios pelo planeta, nos ritmos que não são ritmos: vaidade, soberba, arrogância...

Ela se acha menina, e toda menina dança. Não importam as desgraças acontecidas, o ciclone, a guerra, as desgraças que estão por vir, os ditadores em volta. Chachachá, rumba, mambo, cúmbia, zumba, tango, dança do ventre... Ela é a dona da festa, o centro das atenções.

Ela está nas fotografias, nas imagens caprichadas, toda “grifada”, rompendo hotéis de luxo, só lugares chiques, palácios, as sedes suntuosas de organismos que, como ela, se acham importantes

Ela dança, em meio ao luxo, um luxo envolvente, deslumbrante, cama esplêndida, sofá esplêndido, carrões, avião particular. Ela sabe que merece tudo do bom e do melhor. Ela dança... Toda menina dança, até o sol raiar... É a vantagem dos que não são humildes; eles não precisam se submeter à realidade.

É tudo tão divertido. O mundo é uma boate, um trio elétrico, um camarote VIP, um cabaré... Na pista de dança do universo, ela cola nos poderosos, está sempre com eles, de mãos dadas, sorridente. Ela, o marido e mais alguém. O ménage com fotos oficiais. Ela comanda o concerto; a orquestra toca para ela.

Ela é intensa, provocativa, sensual. Ela é burlesca. Seus quadris vão e vêm, no compasso do fim de tudo. “Empoderada”, apegada ao insignificante, ela dança, ela canta... O refrão fala num “mundo mais justo, igual, inclusivo”. Na felicidade do entendimento alterado, alucinada, deslumbrada, ela dança, ela dança.

E ela manda que aumentem a música. Ela quer sempre mais, mais luxo, mais riqueza, mais pompa, mais poder. Ela é insaciável, dança como se não houvesse amanhã. É que ela não paga impostos, são as empresas que pagam... É que ela vive de impostos, os impostos que nós pagamos.

A Times Square se ilumina para ela... Seus olhos brilham... O deslumbre, a deslumbrada. A música fala em Amazônia, em democracia, ela gira, como se não estivesse sendo filmada... Ela tem sempre pose, ela gira, gira, a fotografia é caprichada... “Amazônia, democracia”, nada faz sentido, mas a festa é para ela, e é boca-livre, tudo pago com o nosso dinheiro. Ela se anima ainda mais, sai dançando, ela dança, toda menina dança.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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