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Lula e Janja num esvaziado desfile de 7 de setembro.
Lula e Janja num esvaziado desfile de 7 de setembro.| Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Não bastasse o fato de termos um criminoso descondenado no mais alto cargo do país, parece que o governo busca escândalos para deliberadamente envergonhar o povo brasileiro ainda mais; seja na sua gastança sem limites, seja no deslumbramento de sua mulher, seja na ficha suja de praticamente todos nos seus ministérios e assessoria, a conta da lambança chegou para o povo pagar: desde janeiro, mais de 400 mil empresas encerraram as atividades, 600 indústrias fecharam as portas e agora quase 10% da população está desempregada. Isso para não mencionar as mancadas em relações exteriores. 

7 de setembro revelador - No último dia 7 de setembro, dia da proclamação da Independência, ficou patente o descontentamento da população, que esvaziou as cerimônias oficiais e preferiu descer para a praia, comemorar em casa com a família ou não fazer nada na data mais importante para a identidade brasileira. 

Os tristes desfiles de militares envergonhados só tiveram a pouca audiência de funcionários e militantes pagos com esmola e mortadela, como é praxe da esquerda, e a mídia se esforçou muito para minimizar o desastre das aparições públicas do presidente e de suas autoridades. Chega a ser risível a manchete do site G1 “Estamos comemorando a liberdade que todos nós temos” - ignorando que ainda há presos políticos inocentes sem direito a  julgamento e privados de condições mínimas de sobrevivência - ou a do Poder 360: “ 7 de setembro atrai público novo”, ao mostrar a foto de meia dúzia de gatos pingados em fila indiana. A verdade é que este 7 de setembro virou meme nas redes sociais porque não havia público para aplaudir quem representasse corrupção, traição, apoio ao narcotráfico e falta de justiça. Só pagando, mesmo. 

Enquanto isso, muitos se perguntavam: ”onde estão os 60 milhões de eleitores que levaram este senhor ao Planalto?”. Se as campanhas do “fique em casa” nas redes sociais eram direcionadas a um público específico, onde estão os outros, simpatizantes deste governo? Não há ninguém, este governo está só e por isso o presidente foge o quanto pode do país e de seus problemas, que requerem um chefe de governo com coragem e discernimento. Não é o caso.

Os tristes desfiles de militares envergonhados só tiveram a pouca audiência de funcionários e militantes pagos com esmola e mortadela, como é praxe da esquerda

Pilares caem - Em março deste ano, três meses depois da posse, publiquei aqui na Gazeta do Povo um artigo intitulado “Pilares caem”, sobre os cinco pilares que sustentavam o governo Dilma e ruíram poucos meses após ela assumir o governo: a opinião pública, o apoio parlamentar, os ministérios, o empresariado e a mídia. Mas naquela época havia duas alavancas importantes: a Operação Lava Jato e ativistas organizados. Essas duas variáveis foram fulcros fundamentais para o impeachment da Dilma. A primeira não tem chances de voltar com esse governo e a segunda parece estar esperando para ver a crise de paspalhadas do governo aumentar antes de voltar às ruas. Talvez não reagir a nada de interesse do governo seja o novo modelo de protesto.

A mobilização popular tem nuances curiosas: o mesmo “fique em casa” que quebrou empresas e promoveu desemprego, isolamento social e depressão em épocas de pandemia, promovido por “artistas” e outros com salário garantido, adquiriu cores verdes e amarelas na oposição a um governo ditatorial, incompetente para administrar a economia, esbanjador e nada solidário, bem como seus asseclas civis e militares. A indiferença, como presenciamos nas ruas desertas e esvaziamento dos desfiles, é o grito de descontentamento geral.    

Novo Ciclo - Em outro artigo, em que faço um levantamento histórico, recorro ao pensamento de Políbio, que aprimorou a teoria dos Ciclos de Platão e traço um paralelo com a situação no Brasil. Olhando para trás, todo ciclo começa de modo virtuoso, no nosso caso, com a valorização do indivíduo, das leis, da constituição, dos direitos universais, do bem-comum e da civilização. 

Aparentemente estamos chegando ao final desse ciclo, pois todas as ideias e práticas foram corrompidas  e estão decadentes. Um final triste, marcado no século 20 pela república da espada, que degolou milhares de brasileiros sob o comando de Floriano Peixoto, até o deboche de eleger criminosos para comandar cidadãos de bem e atender a interesses de grupos estrangeiros e nacionais.

Incompetentes, sociopatas ou ambos?  A recente tragédia no Rio Grande do Sul, enchentes que mataram até agora 47 pessoas e deixaram milhares de desabrigados, não sensibilizou o casal que ocupa a presidência. O autoproclamado “pai dos pobres”, abandonou o país para ser humilhado na Índia, junto com a mulher, que declarou estar a caminho daquele país para “dançar”. Nem um pingo de compaixão, solidariedade às vítimas. Nenhum semblante de urgência, nada. Fica parecendo que os planos de vingança se estendem não apenas à oposição, mas a tudo o que representa civilização e produtividade, marcas do Rio Grande do Sul, um estado reconhecidamente desenvolvido. 

Talvez não reagir a nada de interesse do governo seja o novo modelo de protesto

Nas redes sociais, milhares de cidadãos se pronunciam contra esse descaso do Poder Executivo Federal e tentam colaborar se cotizando para envio de água e víveres. A causa das enchentes aparentemente foi um ciclone extratropical, um fenômeno geológico, e  não climático, como afirmou Lula em sua fala no G20. De qualquer modo, depois de o estado se reerguer - essa é a tradição dos gaúchos, sempre levantar a cabeça com coragem - haverá investigação sobre o caso. 

Independentemente da incompetência, não é a primeira vez que este governo ignora o povo. Em fevereiro deste ano, enquanto o litoral norte de São Paulo sofria com as chuvas e enchentes que deixaram 40 mortos e mais de dois mil desabrigados, o casal na presidência estava pulando carnaval na Bahia, confortavelmente instalado no camarote de Gilberto Gil. São exemplos como esse que fazem  o apoio sumir de todos os lados.  Os únicos apoiadores são os que ganham em manter um governo fraco: o Centrão.  Quando a opinião pública focar nos parlamentares do Centrão, esse governo acaba, pois não precisamos de mais péssimos exemplos para a verdade não vir à tona – já vão saber que esse governo não vale sequer um xingamento.

Conteúdo editado por:Jônatas Dias Lima
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