Vivemos agora o maior desafio da nossa geração, a história sendo escrita diante dos nossos olhos. A arte imaginou esse cenário, mas não o imaginávamos fora do universo da ficção, muito embora os cientistas advertissem há 3 décadas sobre esse risco. Evoluímos tanto, fomos à Lua, fomos a Marte e estamos diante de um inimigo invisível e implacável. A pandemia de coronavírus é um teste para tudo e todos.
A capacidade dos médicos e da ciência está sendo testada diante dos olhos do mundo. Nossa capacidade individual de compreender o medo, lidar com a incerteza e resistir também está em teste. Momentos como esse são um teste até para a fé.
Há dois tipos de fé em teste, a religiosa e a fé na humanidade. A questão religiosa é individual, um embate interno que depende de experiências religiosas, não de acreditar em algo. A fé na humanidade depende de acreditar que os princípios que dizíamos defender quando nada nos ameaçava dessa forma são válidos quando vemos o mundo que conhecíamos desmoronar.
Vivemos dias de questionamentos existenciais profundos. Todas aquelas perguntas sobre vida e moral que pareciam ter respostas tão acertadas antes precisam ser revisitadas. É um teste para a sociedade e para cada indivíduo. Nada do que foi dito ou defendido antes importa mais. Nossas biografias serão marcadas pela forma como agimos ou deixamos de agir nesse momento, o mais grave que já vivemos. É nele que mostraremos se nossas crenças eram verdadeiras ou palavras ao vento.
Outros questionamentos também serão feitos. O que esperamos do Estado e o que estamos dispostos a oferecer a ele. O que esperamos da sociedade civil e o que estamos dispostos a oferecer. O que esperamos da nossa família e o que estamos dispostos a oferecer. Somos do grupo que se sacrifica ou que exige sacrifício dos outros? Somos do grupo que conforta ou que joga gasolina na fogueira?
Nas emergências fica claro que só há dois tipos de liderança, fato que perdemos de vista em tempos de paz, quando podemos nos mimar com o luxo de dividir lideranças nos mais diversos matizes ideológicos. Em momentos como o que vivemos, só há dois tipos de líderes: os que lideram para a paz e os que lideram para o caos.
A liderança de paz sabe que ninguém tem uma fórmula mágica para a solução, que as grandes potências ainda estão tentando descobrir como e quando será o fim desse pesadelo e que as pessoas, todas elas, merecem conforto, respeito, atenção e compreensão. Os cidadãos temem pelos que amam, pelo que deixaram de fazer, pelo que calaram, pelo que não deveriam ter dito, pelo abraço que deixaram de dar, pelo futuro que não conseguem ver, pela incerteza financeira.
Lideranças de paz acolhem as dores, acalmam as pessoas, trabalham em soluções, cada dia com seu desafio. Lideranças de caos exploram a dor das pessoas para criar cada vez mais caos, que é sua forma de triunfo.
Estamos no meio de um furacão tentando nos agarrar a certezas que nos faltam. Ele é grave, é real e causará muitos danos, mas é temporário. Vamos atravessar essa fase e reconstruir nossas vidas, analisar nossos valores e chegar lá do outro lado sabendo em que nos amparamos: amor, amizades, união e fé.
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