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Foto: Apu Gomes/AFP
Foto: Apu Gomes/AFP| Foto:

A solução adotada pelos dois institutos de pesquisa referência no país, Ibope e Datafolha, após a decisão do TSE de indeferir o registro de Lula como candidato, vedando também a sua participação em atos de campanha e em propagandas eleitorais, não poderia ser mais sintomática: abortar as duas pesquisas que seriam divulgadas esta semana.

O Ibope chegou a questionar o Tribunal e enquanto escrevo este texto ainda não está claro se divulgará a pesquisa realizada entre os dias 1 e 3 deste mês. O Datafolha, por sua vez, não hesitou. A próxima pesquisa do instituto será divulgada segunda que vem, dia 10 de setembro.

No fim das contas, se deixarmos de lado as dúvidas e os temores de ambos em relação à decisão que não passou por unanimidade graças apenas a um voto pitoresco do ministro Edson Fachin, a conclusão é óbvia: o teatro proporcionado pelo Partido dos Trabalhadores e seus grão-mestres de que Lula é um preso político e a própria legenda sofre algum tipo de perseguição finalmente está para encontrar um desfecho.

Demorou até demais.

Não resta dúvida quanto à legitimidade de o PT usar de todas as armas possíveis previstas na lei para colar a imagem do seu grande líder, e indiscutivelmente maior cabo eleitoral, na imagem insossa de Fernando Haddad. Esse tempo, contudo, já passou.

Passou, antes de mais nada, por uma questão de bom senso e respeito pela democracia. Não cabe fazer o eleitor de bobo. Não vem ao caso induzir ao erro o cidadão desatento. Acima de tudo, aquele preocupado, com contas em atraso, que não sabe como proporcionar um mínimo de dignidade aos seus, já que está desempregado após anos de descalabro ético, político e administrativo.

E, agora, a partir da decisão do TSE, não só por esse motivo, mas pelo descortinar de uma pantomima.

Os tempos em que se pensava “em um cenário com Lula” acabaram. O deboche acabou. O escárnio que foi ter de aturar Gleisi, Lindberg e o próprio Fernando Haddad regurgitando inverdades não encontra mais legitimidade alguma.

A partir de agora, o que resta ao PT é oficializar uma chapa capenga, formada por um ex-prefeito que foi escorraçado quando tentou a reeleição e por uma quimera ambulante, uma comunista viva, e ainda por cima jovem, em pleno ano de 2018.

As ameaças que se avizinham nesta eleição não são poucas, mas Lula não será uma delas.

Insisto, demorou até demais.

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