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Mourão traz o que faltava para a campanha de Jair Bolsonaro: Jair Bolsonaro
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Pautada pelo que há de pior na esquerda brasileira, a candidatura de Jair Bolsonaro frequentemente escorrega no que muitos poderiam chamar de desonestidade intelectual. A começar pelo próprio candidato, quando tergiversa sobre questionamentos relevantes para o País, dando sempre preferência a assuntos menores.

A evidente falta de preparo para liderar uma nação, com desafios emergenciais da magnitude de uma reforma da Previdência, explica essa postura. Assim como o esforço para acirrar uma dicotomia que só interessa aos extremos. Contudo, não deveriam passar despercebidos da sociedade os raros momentos em que Jair Bolsonaro deixou de lado um possível treinamento administrado por seus assessores e conselheiros mais próximos.

Um deles, há dois meses, quando, ao ser questionado sobre a incoerência do seu discurso antissistema e a as negociações com o PR de Valdemar Costa Neto, retrucou para os jornalistas: “vocês querem que eu fique sem televisão?”.

Ou, então, ainda em 2002, quando talvez nem sequer pensasse em se candidatar: “trabalhei para eleger o Ciro Gomes”. E o fato de, em seguida, ter votado em Lula para presidente. Sem contar o seu posicionamento durante a gestão de Luiz Inácio, ao concordar com o PT na maioria das vezes (Bolsonaro passou a votar sistematicamente contra o Partido dos Trabalhadores apenas durante o governo Dilma ).

No fim das contas, não se trata aqui de reclamar da dicotomia e, ao mesmo tempo, cobrar uma postura intransigente. O ponto é que o candidato, com mais de trinta anos na vida pública e oito partidos nas costas, vende uma imagem daquilo que não é.

Por essa razão, o anúncio de Hamilton Mourão (PRTB) como vice merece ser celebrado. Certamente não por seus correligionários — a conexão com o eleitor moderado fica cada vez mais distante; Janaína Paschoal traria mais apelo e é inglória a comparação direta com Ana Amélia, opção do seu adversário direto no campo avesso à esquerda  —, mas pelo fato de finalmente encontrarmos o candidato por trás do “mito”.

Graças ao seu desembaraço para chocar e até agredir as pessoas, talento esse igualmente demonstrado por seus filhos e grande parte dos seguidores, Bolsonaro só foi apenas capaz de atrair o folclórico Levy Fidelix. Ele e um vice que adjetivou a atmosfera criada por sua claque de  “radicalismo meio boçal” .

Está tudo certo, Bolsonaro foi honesto com a sua visão de Brasil. Se o molho azedar, sai o capitão e entra o general. Convenhamos, em um País que já afastou dois dos últimos quatro presidentes eleitos, não deixa de ser um trunfo.

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