Um dos temas que considero mais palpitantes, instigantes e, digamos, insólitos, é o design e o preço das camisas de futebol. Na maioria das vezes, os novos mantos conseguem destaque somente pela bizarria e, quase sempre, pelo preço aviltante.
É o caso da nova camisa do Brasil. Pode até não parecer para uma camisa completamente verde com o símbolo da CBF em dourado no peito, mas há TODO UM CONCEITO por trás, elaborado por meses e meses de estudos incessantes dos mais respeitados designers. Produção da Nike, a fornecedora de material esportivo da seleção.
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No caso em questão, o conceito é: “É ousadia, habilidade, raça e comprometimento! É Brasileiragem!!!”. Sensacional, não? Especialmente pelo termo “brasileiragem”. Agora, o melhor mesmo é o preço desse pacote camisa toda verde mais “conceito”: R$ 249,90 para a chamada réplica e, acreditem, R$ 449,99 pela de jogo. Será que dá pra fazer seguro da peça que foi hit nas manifestações contra a corrupção?
E pensar que toda essa grana ainda vai para uma entidade reconhecida pela idoneidade e excelente gestão dos recursos que recebe. Não custa lembrar que Ricardo Teixeira foi afastado por suspeitas de corrupção, José Maria Marin anda de tornozeleira eletrônica por Nova York e Marco Polo Del Nero não sai do Brasil com medo do FBI, pra ficar só nos últimos presidentes da CBF.
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Cenário que não é muito diferente dos clubes. Normalmente, lançam camisas todo ano, com conceitos que só interessam para quem elaborou, tecidos que não fazem a menor diferença para ir ao jogo e preços extorsivos. E os cartolas, claro, reclamam que ninguém compra um tanto de pano por metade do salário mínimo do brasileiro.
Ora, todo mundo sabe que o torcedor só quer saber mesmo de vestir as cores do clube do coração e ostentar o símbolo no peito. Conceito? Deixa para os designers.
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