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David Gilmor em Curitiba
David Gilmor em Curitiba| Foto:

Não sei se existe um termo ou palavra para nomear um colecionador de shows – como existe para colecionadores de moedas ou selos – mas, se existir, eu devo ser isso aí. E se faltava um grande show que eu gostaria muito de assistir era o de David Gilmour.

Sei que muito já se falou sobre o show de Gilmour em Curitiba, mas não poderia deixar de comentar minha história com o artista e o Pink Floyd aqui no blog.

Escutei muito Pink Floyd na minha adolescência e acho que escuto bastante até hoje. Músicas permanentes da minha “playlist “.

Quando estava com dezoito anos, meio desanimado com minha faculdade de Administração na Federal, resolvi fazer um curso de dois meses de inglês em Londres. E após isso, com uma mochila nas costas, sairia para explorar o Velho Continente, a princípio absolutamente sozinho.

Nos meus primeiros dias em Londres, vi anunciado que teria um show do Pink Floyd, dois dias após o término de meu curso. Achei inacreditável que eu teria a oportunidade de assistir à banda dos meus sonhos, ainda mais na terra da música, no meu entender.

Depois da boa notícia, vieram as dificuldades para conseguir o ingresso, que estava esgotado há tempos. Na verdade nem me lembro bem como consegui. Mas, com o ingresso na mão, já fazia planos de como seria o show.

Como o show aconteceria após o término das aulas, vários amigos combinaram de partir em viagem de mochileiro. Junto com outras pessoas, sempre é muito mais divertido e seguro. Aí surgiu a grande dúvida: ficar para assistir o show e ter que encarar a “trip” sozinho ou sair em viagem com os amigos e tentar assistir uma apresentação do Pink Floyd em outra cidade pelo caminho, já que eles estavam em turnê pela Europa. Optei pela segunda alternativa: viajaria com os amigos enquanto os interesses coincidissem.

Numa época em que não tínhamos Google, iPads ,celulares e nem mesmo internet, busquei informações sobre a turnê onde me pareceu mais “confiável” pelas opções que se apresentavam, ou seja, nas datas da turnê que estampavam as camisetas do show. Assim fiz meu roteiro para estar na cidade escolhida na data informada pela camiseta, e lá eu iria atrás do ingresso. Não tinha outra opção.

Assim, passaram-se semanas. Com o tempo, os amigos iam diminuindo na turma do mochilão, pois cada um tinha um roteiro e interesses distintos. Sei que após três ou quatro países, já estava “sozinho” (sozinho entre aspas, pois a cada nova cidade que chegava conhecia pessoas e a cada vez que saia dessas cidades deixava grandes amizades).

WISH YOU WERE HERE

Chegou o dia. Saí do trem em Copenhague – sim, tinha escolhido a capital da Dinamarca – e com o dia amanhecendo e um frio razoável já comecei a buscar informações sobre o show que aconteceria à noite. Comecei a me preocupar quando vi que ninguém sabia nada sobre isso. Mau sinal.

Até que encontrei uma pessoa que realmente tinha uma informação concreta: infelizmente, o show tinha acontecido dois dias antes da minha chegada. Decepção total. Primeiro, em perder a turnê; segundo, em ver que nunca mais poderia confiar em datas de shows nas costas de camisetas.

Capa do álbum “Rattle that Lock”

Anos se passaram. Assisti a duas apresentações do Roger Waters em São Paulo nesse período, mas eu continuava a buscar informações de turnês de Gilmour para ver se conseguia encaixar uma viagem na mesma época. Nunca deu certo, até que saiu o boato que ele viria se apresentar no Brasil e, melhor que isso, talvez fizesse show em Curitiba.

Assim, o que era pouco provável veio a acontecer, David Gilmour passou por São Paulo, Curitiba e Porto Alegre com a turnê de lançamento de seu mais recente disco, “Rattle That Lock”.

Gilmour fez concertos perfeitos, acompanhado por uma

Credencial

Credencial “all acess” do show na Arena do Grêmio

excelente banda, formada tanto por músicos de longa carreira – como o lendário guitarrista e produtor Phil Manzanera, ex-membro do Roxy Music – quanto músicos mais novos – como o curitibano João de Melo Macedo, que arrebatou a platéia com seus solos de saxofone. Apresentando faixas de seu novo disco intercaladas com seus grandes sucessos de Pink Floyd, como “Wish You Were Here”, “Money”, “Us and Them”, entre outras.

Dessa vez, não perdi a oportunidade: para minha satisfação, assisti em Curitiba, na Pedreira Paulo Leminski, e em Porto Alegre, na Arena do Grêmio.

Dizem que, para os amantes da música de David Gilmour que estavam presentes no show, ainda é possível ouvir alguns versos de “Comfortably Numb” a ecoar na Pedreira Paulo Leminski.

Aproveito para compartilhar algumas fotos do show, do amigo e fotógrafo Naideron Jr.

 

 

Show de David Gilmour na Pedreira. Foto: Naideron Jr

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