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Você já teve dengue? Conhece alguém que já foi picado pelo mosquito? Pois eu já fui ! Foi em 1997. Estávamos no começo de julho, quando muito saudosa decidir sair de Curitiba e fui visitar minha família, em Belém, no Pará. Cheguei toda serelepe, louca de saudade de tudo e de todos e no dia seguinte sai pela cidade para diminuir o tempo de ausência. Tomei açaí, fui à sorveteria Cairu e revi algumas pessoas amigas e na volta para casa estava meio mole, com ares de gripe me atacando. Deitei, pedi arrego à minha mãe e lá veio mais do que depressa um chá de limão acompanhado de um analgésico. Eu estava tão mole que mal me colocava de pé. Daí em diante foi uma tortura, um verdadeiro calvário. Cheguei até a ir ao Instituto Evandro Chagas,um ponto de referência internacional em estudos das doenças subtropicais. Cheguei lá amparada, pois não conseguia andar, mas precisava fazer um teste e tranqüilizar a minha família. Foi batata :eu estava com dengue!


As manchetes de hoje

Tanto a Gazeta do Povo quanto a Folha de S. Paulo mostram a seriedade da doença: “Ministro da Saúde admite epidemia de dengue no país” (Primeira Página) e a Gazeta vai mais longe trazendo a realidade local: “Pais vive epidemia de dengue; Paraná é o 4º na lista de casos” (Capa, 17/10). Eu que já fui picada pelo mosquito acabei ciente de muitos aspectos da doença, por isso decidi alertar aos leitores sobre essa epidemia.

Razões preocupantes

A dengue é uma virose violenta. Nos países de clima tropical as condições do meio ambiente favorecem a proliferação do mosquito e o nosso país é tropicalíssimo, lembram? Até as crianças já sabem que o mosquito transmissor é para ser temido. É uma espécie de pernilongo – e quando pica deixa a sua marca violenta na pessoa. Cuidado! Se não levarmos a sério as advertências do Ministério da Saúde acabaremos mal, pois a dengue é epidêmica.

É preciso um mutirão

Todos devem tomar para si a campanha de combate à dengue. Nada de garrafas com resíduos de água ou vasinhos com aqueles aparadores , que acumulam água. Essas são as moradas preferidas do mosquitinho poderoso. As crianças e os jovens podem ser a nossa salvação. Se eles ficarem bem informadas a situação ficará sob controle, porque eles buzinarão no ouvido de todos que é preciso combater ao mosquito.

Conheça o mosquitinho danado

O mosquito é escuro e rajadinho de branco; é menor do que um pernilongo comum; pica a pessoa durante o dia e adora água limpa, parada.

Não é contagiosa

O mosquito da dengue transmite a virose. É a ele que devemos temer. Ninguém deve ficar amedrontado com as pessoas que contraem a virose, mas sim investir toda e qualquer prevenção contra a proliferação do mosquito. O caso é sério e pode nos deixar “de molho” por vários dias e nos casos mais graves leva até à morte. Um só mosquito, em 45 dias de vida, pode contaminar até 300 pessoas. Isto é muito sério e exige prevenção ininterrupta.

Período de incubação

Eu cheguei a Belém num domingo. Dois dias depois estava de cama, caidona, picada pelo inseto danado de ruim. Dei muito trabalho para minha família, todos estavam muito preocupados, pois eu nem conseguia ficar em pé de tão fraca e debilitada que estava. Foi só depois de fazer o exame no Instituto Evandro Chagas que a virose se confirmou.

Os estudos epidemiológicos dizem que a incubação do mosquito é de 3 a 15 dias, o que significa que não fui picada em Belém, mas aqui em Curitiba. Gente, isso foi em 1997! É preciso ficar de olho vivo nas condições de proliferação desse mosquito faminto por sangue humano. Olho vivo. Crianças, jovens, adultos e idosos devemos nos unir e dar um basta nessa virose.

Os sintomas

Eu sentia: dor de cabeça e tinha os olhos doloridos, estava febril e tinha dor forte na batata da perna e as minhas articulações – e principalmente aquelas juntinhas nos dedos das mãos – que estavam indescritivelmente doloridas; eu não tinha vontade de comer nada, nem água eu queria tomar…

Um sintoma estranho eu sentia: muito calor – e não era por estar em Belém, cidade calorenta, sem dúvida, mas porque esse sintoma destoava da maioria acima descritos. Tinha os pés como se estivessem fervendo. Eu ficava sentada num banquinho, embaixo do chuveiro com água gelada para sentir um alívio, um sossego. Ao voltar para o quarto começava tudo de novo. Uma coisa horrível!

A dengue pode ser ainda mais grave

Há uma variação da dengue, a hemorrágica, que provoca sangramento e acomete aos que já tiveram a dengue comum, mais branda. Essa variação é capaz de matar uma pessoa – e não há vacina para combatê-la.

Precauções:

1-Esvazie as garrafas e coloque-as de cabeça para baixo.

2-Mantenha os recipientes de água bem fechados.

3-Fure latas e pneus vazios.

O que fiz

Fiquei uma semana inteirinha me recuperando. Não há remédio para a dengue. É preciso apenas repouso e cuidados básicos com o equilíbrio de qualquer pessoa: descanso, alimentação e cuidados, apenas.

Sugestão: combata, a partir de hoje, a proliferação do mosquito e se quiser saber mais sobre essa virose conheça os estudos feitos pelo Instituto Evandro Chagas (www.iec.pa.gov.br).

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