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Fiz uma busca pelos escaninhos da memória e não lembrei de nenhum poema que homenageasse aos professores. Lamentei não ter amealhado o dom poético para saudar aos meus colegas nesta manhã do dia 15 de outubro – e fiquei de certo modo um pouco decepcionada pela inexistência de uma saudação famosa para concelebrar a data, no entanto me sirvo da prosa costumeira para lhes dirigir a palavra e rogar aos demais leitores que compartilhem desta reflexão.

Historicamente a figura do professor atravessa os séculos. Aqui no Brasil oficialmente o ensino das primeiras letras iniciou no dia 15 de outubro de 1827, sob a mão de D.Pedro I, mas é impossível esquecer da investida jesuítica, mesmo debaixo do proselitismo religioso que perpassou nas suas lições aos indígenas e aos primeiros brasileirinhos que aqui surgiram.

A figura do professor ou do mestre é hoje uma expressão quase apagada, infelizmente. No mundo gerado pelos valores econômicos esta criatura, disposta a enfrentar todos os senões para ensinar determinado conhecimento parece estar indo sempre contra a correnteza. A necessidade de professores faz com que concursos e concursos sejam abertos e o portão de entrada à carreira, embora não nos garanta tranqüilidade econômica, parece atravessar o triste espaço de concorrência profissional, nem sempre assentada na competência.

Salários aviltados, descrédito profissional, insegurança mesmo em sala de aula são tristes lembranças para professores. Eu lhes desejo, apesar das contradições dessa prática, saúde integral, melhores condições de trabalho, mais aprimoramento – e principalmente que consigam dar sentido pleno ao ofício de ensinar.
Tenho pela maioria dos meus professores uma lembrança querida – e você, que tipo de lembrança conserva?

Feliz aquele que transfere o que sabe, e aprende o que ensina. (Cora Coralina)

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