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O leitor em grande estilo
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Um dos objetivos da escrita é a expressão das ideias, mas antes de alcançar o estágio espetacular da exposição do pensamento é preciso saber ler – e muito bem – observando especialmente as entrelinhas, o dito e o não dito e as intenções subjacentes nos textos e também na diversidade dos eventos cotidianos. Bons leitores são exímios farejadores dos fatos e quando saem do silêncio prestam serviço inegável à comunidade, pois são porta-vozes das queixas, das sugestões, dos aplausos e das críticas a quem ajuízam merecer.

Priscila Forone/Gazeta do Povo
O interesse pela leitura é um dos elementos que ajudam os estudantes Vítor Favoretto e Johann Filipini a serem jovens com senso crítico

LEITURA & ESCRITA – Começo minhas aulas de redação tratando dos objetivos da leitura e da escrita, mas não sem antes atentar ao ato de ler, desencadeador da escrita. Sem a eficiência da leitura a escrita que estabelece sentido não acontece satisfatoriamente, porque é a leitura no auge da sua potencialidade a indispensável alavanca que alimenta e retroalimenta a escrita.

LEITOR INDIFERENTE & PARTICIPANTE – Diferente do leitor omisso, indiferente e silencioso o interessado e participante não perde a oportunidade para marcar o seu território lingüístico através das funções variadas que empresta à escrita na sociedade. A redação escolar treina a criança e o jovem para os desafios da vida adulta, portanto quanto mais desafios de leitura e de escrita recebem os estudantes mais seguros eles estarão diante da prática efetiva de leitores atentos, objetivos e críticos.

EXEMPLOS INCONTESTES – Você, por exemplo, prezado leitor, se está aqui é certamente pelo fato de já ter vivenciado situações de leitura e consegue, sem muito esforço, encarar três ou quatro parágrafos sem mudar de página. Muito obrigada, porque a sua presença é indispensável à continuidade do discurso interativo que desejo estabelecer neste Na Mira do Leitor.

QUER TREINAR A ESCRITA?

>Acompanhe os excertos abaixo e observe a composição estabelecida por seus autores.

> Identifique o tema presente, as referências intertextuais utilizadas e as intenções estabelecidas, assim como o reconhecimento dos recursos textuais( vocabulário, adjetivações opinativas, escolha dos verbos, referências numéricas, citações, etc.) arregimentados pelos produtores dos textos.

Texto 1 – ” Somos 191 milhões de habitantes com 162 milhões de celulares. É muita coisa! E felizmente ou infelizmente, hoje não conseguimos abrir mão dessa tecnologia na nossa vida. O que realmente poderia melhorar é o atendimento das operadoras em relação ao número tão grande de clientes. Porque, por enquanto, são também campeãs de reclamações. Quem estiver totalmente satisfeito com sua operadora que atire o primeiro celular!”

(Eduardo Donizette da Costa, publicitário, na Coluna do Leitor, GP, 23 de agosto)

Fotos: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
“Concordo que incomoda os não-fumantes, mas acho extremo não nos dar espaço para fumar em lugares fechados. Pleiteio que a lei seja mais elástica.” Marcelo Kalman, empresário, fumante há 45 anos

Texto 2 – “Finalmente a lei antifumo foi aprovada. Já que algumas pessoas não conseguem por si mesmas perceber que o ato de fumar em um lugar fechado é uma tremenda falta de respeito com os que estão próximos dela, o jeito é punir. Em qualquer país civilizado há tempos não é permitido o fumo em locais fechados. Nos EUA é muito comum ver pessoas em frente dos bares fumando. Mas nesses países as pessoas são educadas o suficiente para entender que não se deve fumar em lugares fechados e também que não se deve sair de um lugar sem pagar a conta, o que tenho minhas dúvidas que aconteça no Brasil. Portanto acredito que os fumódromos, desde que isolados o suficiente para que a fumaça não se espalhe pelo ambiente, sejam uma alternativa. Obrigado a todos que trabalharam na aprovação desta lei. ” ( Fabiano Franco, na Coluna do Leitor, 24 de agosto)

Texto 3 – ” Restrição ao fumo em locais públicos, redução das propagandas de cigarro e aumento dos impostos para esse tipo de produto. Não há dúvida de que o Brasil começa a abraçar de vez a política antitabagista, bandeira levantada com veemência pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e ecoada em diversos outros países. Porém, reduzir o número de fumantes avança sobre um campo que nem sempre leis e tratados podem alcançar: o primeiro passo, que deve vir da pessoa que fuma.

Se o cigarro é prejudicial, e isso já faz parte de consenso geral, parar nem sempre é tarefa fácil. Segundo pesquisa da conceituada revista britânica New Scientist, 85% das pessoas que param de fumar recaem na armadilha em menos de um ano. Apenas 3% conseguem de fato deixar as tragadas de lado. Resultado de uma dependência química à nicotina. Para vencê-la, especialistas apontam apenas uma fórmula: a determinação.”

(O adeus às tragadas, de Carlos Coelho, GP,1 / 7 / 2009)

Divulgação
A reportagem caminhou pelo Centro Cívico com os grafiteiros BayCroc e Insosso. Depois da entrevista, eles partiram em busca de novos “spots” para pintar

Texto 4 – ” A luta diária da população contra as pichações reflete as denúncias registradas à Guarda Municipal de Curitiba, feitas pelo telefone 153. Um pequeno histórico mostra que, desde a divulgação da central de atendimento, há dois anos, mais do que triplicou o número de flagrantes feitos pela polícia. Em 2002, por exemplo, foram presas 51 pessoas cometendo o delito. No ano passado, foram 158. As ligações ao disque-denúncia também aumentaram: em 2004 foram registradas 63 ligações. Em 2006, quando o 153 passou a ser conhecido pela população, o número de atendimentos chegou a 618. Como as ligações são divididas por regionais dentro da cidade, é possível identificar os bairros que mais enfrentam o problema com pichações: região central de Curitiba, Boa Vista e Portão ocupam as três primeiras posições.”

(…)

” O grafiteiro Café explica que há uma diferença tênue entre o grafite e a pichação. “Dizia uma professora minha, das Belas Artes, que existem artistas que usam a letra como obra de arte e os que usam a linha para fazer uma obra. O pichador usa a estética da linha para fazer a pichação e o grafiteiro usa a linha como objeto, porque a obra final é uma pintura.”

Legislação

• Pichar e grafitar sem autorização é crime, segundo a Lei Federal 9.605, de 1998. A pessoa pega em flagrante praticando o ato pode cumprir pena de três meses a um ano de detenção, mais multa. Na Lei Municipal 11.095, de 2004, consta no artigo 100 que é proibido pichar, desenhar ou escrever em muros, sendo que a multa aplicada ao responsável é de R$ 400.”

( Reportagem A luta diária da cidade contra o spray, de Polilianna Milan,GP, 4 / 5 / 2008)

Guiliano Gomes/ Gazeta do Povo
“Na década de 1980, Paulo Leminski escrevia poemas na rua como a frase ‘Palpite. O grafite é o limite’. Na época, não havia muito grafite. Agora, a gente está vendo os grafiteiros conquistando o seu espaço”. Deivid (Heal), grafiteiro e estudante de Artes Visuais

> Elabore, a partir da coleta das observações:

um resumo dos excertos agrupados (12 linhas, no máximo).

um comentário apreciativo sobre as possibilidades de expressão dos leitores dos jornais e revistas em colunas destinadas à coleta de opiniões sobre temas variados (15 linhas, no máximo).

Uma dissertação para mostrar os seus conhecimentos sobre A CONQUISTA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO E ESCOLHAS (18 linhas).

LEITURAS IMPERDÍVEIS:> O língua solta, o mais novo espaço virtual interativo do PORTAL RPC e a reportagem >Os caminhos que levam à Federal, de Marcela Campos, da equipe que faz e acontece no CADERNO VESTIBULAR, da GP.

OFEREÇO: Encontros Marcados com a Redação; inscrições abertas e contatos aqui.

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