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A prova de Compreensão e Produção de Textos, presente nos vestibulares exige apurada atenção dos candidatos inscritos, pois avalia a capacidade interpretativa e aufere valor à expressão escrita – e, se o caro leitor fizer uma leitura vertical desta página poderá comprovar que venho trazendo orientações quanto à feitura de alguns modelos freqüentemente presentes nos exames anteriores. Comecei com o RESUMO e depois concentrei no texto de OPINIÃO. Para hoje a exclusividade será dirigida ao texto conhecido como DISSERTAÇÃO – este que para muitos é considerado o mais difícil de ser produzido, afinal é extremamente exigente, pois requer apurado conhecimento do tema e técnicas especiais de composição.

Uma questão prévia

Não adianta seguir fórmulas ou macetes quando a questão é a expressão escrita. As dicas ajudam, fazem o papel devido, mas cabe ao produtor do texto mostrar a que veio. Quando uma pessoa se expressa oralmente ou por escrito todas as suas apreensões da cultura vêm à tona.

Dificuldades, equívocos, inseguranças e aprendizados inconclusos emergem quando a exigência é expressar os conhecimentos, seja em situações comuns do cotidiano ou diante de um exame, de uma prova. Em nenhuma dessas situações a bagagem cultural ficará de fora, portanto expressar as idéias em atenção a uma proposta dissertativa requer três itens fundamentais: maturidade das idéias, conhecimento temático e segurança na composição.

1-Maturidade das idéias

É condição suposta pela banca examinadora – e quem ainda não possui só irá adquiri-la com os resultados da reflexão diária sobre todos os fatos da vida social. Ignorar uma greve, abominar temas ligados à política regional, mostrar-se indiferente às pesquisas ou “se lixar“ para os índices inflacionários revela imaturidade social- e essa atitude não casa com quem tem a tarefa de dissertar qualquer assunto em prova, por exemplo.

2-Conhecimento temático

Conhecer um assunto inclui compreender todas as suas ambivalências e contradições – e para isso é preciso ler bastante, conversar, trocar informações, discutir, prosear sobre tudo e todos.

Muitos vestibulandos, assoberbados com as centenas de páginas e de conceitos e cálculos para colocar em ordem e revisar, abandonam a leitura que informa e lhes põe “por dentro” das últimas e as penúltimas, também. Felizes os que lêem sem imposição alguma e mantêm vivo interesse nas informações veiculadas pela mídia impressa. São os “antenados”. Você é ou conhece algum jovem estudante assim?

3-Segurança na composição

Compor é estruturar, organizar. Elaborar uma dissertação requer segurança na conjugação dos recursos textuais, tais como vocabulário, pontuação, coerência entre as idéias e objetividade, mas não apenas nesse quesito incide a exigência. É preciso saber organizar as frases, os períodos e os parágrafos numa espécie de concerto entre as idéias ali expressas. Fazer isso não é fácil para quem é imaturo, desligado do mundo social e contrário ao exercício da expressão escrita gabaritada.

Um jovem estudante que não desatenda a esses itens apresentará certamente um desempenho satisfatório na redação dissertativa.

Objetivos do produtor da dissertação

>Revelar o grau de conhecimento sobre o tema da proposta.

>Estabelecer amostra da articulação eficiente entre os recursos da composição dissertativa.

Objetivos do analista/corretor da dissertação

>Conferir a adequação à proposta.

>Avaliar o grau de maturidade expositiva

>Examinar a eficiência da articulação entre os recursos textuais

Habilidades requisitadas

>Interpretar adequadamente

>Redigir em adequação à proposta

Componentes da dissertação

Todos já ouvimos que um texto se apóia em introdução, desenvolvimento e conclusão, no entanto é preciso compreender muito bem cada uma dessas partes. No primeiro item temos a apresentação sucinta sobre o assunto e o esboço do que se pretende analisar, no segundo a ampliação da análise, que poderá se valer dos procedimentos argumentativos (já esboçados em postagem anterior) e, por último, um arremate certeiro em retomada à exposição introdutória.

Recomendações

1-Esqueça a idéia de que é preciso sempre fazer três parágrafos. Faça tantos quanto sejam necessários, desde que obedeçam à lógica da exposição e o número de linhas a escrever.

2-Ignore as expressões clichês e fórmulas prontas. Corrijo redações de vestibulandos há dezenas de anos e é abominável a mesmice e as repetições de expressões induzidas por meus colegas com o intuito de colaborar, mas que revelam a falta de autonomia do candidato no trato desse modelo.

3-Não esqueça do rascunho e do capricho na elaboração da versão final. Textos bem estruturados, limpos e legíveis costumam receber excelente aceitação, ao contrário daqueles que logo de cara, trazem uma “ficha” desabonadora do seu autor.

Serviço:

Participe dos “Encontros marcados com a leitura e a redação”, agora às terças ou quintas-feiras, das 9/11h, 17/19h ou 19h30/21h30, a partir de 20 de setembro, sob a minha coordenação, à Rua Marcelino Champagnat, 516, Mercês. Reservas: (41)33362076 ou casadalinguagem@uol.com.br

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