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Você costuma ouvir as queixas da natureza?
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Não conheço pessoalmente aqui em Curitiba nenhum geólogo, professor de geografia ou entendido em questões ambientais, mas tenho buscado apoio nos jornais, revistas e espaços confiáveis na internet para aprofundar as razões para tantas queixas da natureza, principalmente depois de avistar a manchete Temporal mata uma pessoa e desabriga 1,8 mil no Paraná, na Gazeta do Povo de hoje- e, você, prezado leitor, costuma dar ouvidos às queixas e advertências do meio ambiente?

Maurício Borges/Gazeta do Povo
Casa destruída em Cascavel: Região Oeste foi das mais afetadas

A vida dentro e fora da escola – O assunto rende certamente muitas reflexões e conversas em sala de aula – e não importa a série escolar dos interlocutores. Todos precisamos ficar atentos, mesmo os que sob o conforto doméstico pensam “Ufa! Ainda bem que não acontece aqui!”; meus colegas professores poderão bem administrar o que sabem com o apoio das demais disciplinas do currículo estudantil e levar, por exemplo, a reportagem acima para o interior das instituições. Analisar infográficos, resumir dados, relacionar dados ambientais, históricos e alinhar posturas educativas diante de temas coletivos formam um cardápio de opções. Basta juntar os dados e examiná-los.

O objetivo? Sensibilizar a todos para as graves consequências da imprevidência e dos ouvidos moucos aos apelos da natureza. Ressaltar ainda as consequências da ganância em levar vantagens em troca desses desastres, na maioria das vezes provocados pelas imprevidentes ações humanas. Cruzar dados infografados pelo desmatamento e construções irregulares autorizadas nas encostas dos morros são apenas duas estratégias para avivar a atenção das crianças e adolescentes sobre questões relacionadas às queixas da natureza e o preço cobrado pela indiferença da maioria.

Conhecer o Brasil para entendê-lo – Tenho uma percepção ambiental especialmente estendida pelas regiões brasileiras. Viajar e conhecer o meu país antes de conhecer outras terras sempre foi um projeto levado seriamente, porque as diferenças deste país continental são diametralmente intensas e contraditórias. Não apenas os determinantes sociais que ditam majoritariamente as regras da convivência fazem o disse-me-disse no avolumar dos fatos, mas também aspectos regionais, costumes e modos de vida próprios eliciam comportamentos nem sempre entendidos pelos que estão distanciados pela geografia, mas não pela sensibilidade em perceber a necessidade de solidariedade, defesa e combate aos desatinos criminosamente provocados pela imprudência ou/e da impotência dos recursos das populações perversamente limitadas economicamente.

Quer um exemplo espetacular dessa percepção? Acompanhe o que escreveu a jornalista Larissa Jeydi , na reportagem A bela e selvagem Cumurubixatiba, na última edição do Caderno Turismo, na Gazeta.

Quer treinar a escrita com o tema de hoje?

Proposta 1 – Examine o excerto abaixo; depois elabore uma lista de providências que você tomaria diante dos constantes vendavais ocorridos aqui na região. Justifique as ações que empreenderia e leve em consideração as diferenças de ordem social e discernimento prático em situações de calamidade pública ou suspensão temporária dos serviços essenciais à população.

” Em menos de dois meses, ocorreram oito sequências de vendavais em todo o estado do Paraná, segundo levantamento da Defesa Civil. As ocorrências, relativas ao período de 1º de setembro e 15 de outubro, deixaram prejuízos para 63 municípios.

Nesta época do ano, a ocorrência de temporais é previsível por ser início de primavera, estação marcada pelas chuvas. No entanto, segundo o meteorologista do Instituto Simepar Tarcízio Valentin, a primavera deste ano está mais chuvosa em razão do fenômeno El Niño, que muda a circulação geral da atmosfera em alguns pontos do planeta. No Brasil, o El Niño implica mais chuvas no Sul e menos no Nordeste.

No Paraná, o reflexo da intensificação da chuva causada pelo El Niño já é nítido. Em Curitiba choveu 307.3 milímetros em setembro deste ano, o dobro do normal. A média histórica de chuvas nos últimos 12 anos para o mês de setembro na capital é de 154 milímetros.

(Denise Paro, em Oito vendavais em dois meses, GP, 16/ 10 )

Proposta 2 – Podar árvores, reparar telhados, impedir que goteiras aumentem, avisar sobre a necessidade de consertar a fiação elétrica nas ruas e providenciar o mesmo nas casas são atitudes que não estão na agenda dos interesses juvenis, mas podem ser temas de redações escolares ou da prática cidadã responsável.

Christian Rizzi/Gazeta do Povo
Granizo furou o telhado de mais de 600 casas no município

Telefonar advertindo, enviar e-mails e imagens fotográficas, notificar os órgãos competentes diante das preocupantes consequências do vendaval e chuva de granizo, apontados pela Defesa Civil na região paranaense são algumas das ações possíveis aos que estabelecem atenção aos fatos da sociedade.

Qual é a sua atitude ao ler as notícias, avistar imagens das tragédias e comparar dados indicadores de óbitos, situações de desabrigo e queda de serviços essenciais às populações das cidades paranaenses? Argumente.

Você e a sua família estão bem e, os demais? Ontem uma das minhas irmãs residente em Manaus, no Amazonas, depois de avistar na tevê uma notícia sobre os vendavais ocorridos no Paraná ligou para mim extremente preocupada. Queria saber se estávamos bem.

Fiquei pensando sobre a amorosa atenção familiar estendida também ao avolumar de notícias acerca das tragédias ambientais divulgadas na imprensa. Elas não devem inibir nossas atitudes de solidária atenção, independente do lugar social que ocupamos ou do cenário geográfico da nossa moradia, prezado leitor. Salvar a própria pele, defender nosso espaço e garantir a mobilidade satisfatória aos que estão próximos faz parte da existênca humana, mas nada nos impede de exercitar a solidária atitude, porque um pequeno gesto de atenção social faz a diferença e educa a criança e o jovem, o que indicia a garantia de um futuro menos sofrido para todos.

Até a próxima!

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