Banheiro de todes: o retorno dos hipócritas

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Seguindo o procedimento padrão, a Justiça recebeu uma denúncia contra mim por suposta transfobia, sobre o caso em que, como irmão e cidadão, recebi um vídeo gravado por minha irmã, menor de idade, e denunciei a presença de um trans no banheiro da escola dela. Como consequência, o de sempre: dissimulação e mentiras.

Na ditadura de opinião, a tolerância que a esquerda defende é a de você ser obrigado a concordar com tudo o que quiserem; do contrário, irão te rotular como homofóbico, transfóbico e por aí vai. Claro, dependendo do seu posicionamento político.

Você ficou sabendo de alguma denúncia quando o Lula disse que a ideia do banheiro unissex só pode ter saído da cabeça do Satanás? Houve multa ou pedido de cassação? Algum militante que se autodenomina jornalista falando que o petista é nojento e que isso aumenta o preconceito e a perseguição contra transexuais? Não, porque não houve. Os falsos moralistas só tomam alguma atitude quando o alvo defende uma ideologia diferente.

Os mesmos que se dizem defensores das mulheres ignoram que, assim como a minha irmã, a grande maioria da população é contra homens utilizando o banheiro destinado ao sexo feminino. Em BH, foi criado em 2016 um vagão exclusivo para as passageiras no metrô visando coibir crimes como assédio e importunação sexual. Também houve a ampliação da segurança dos aplicativos de transporte devido aos mesmos problemas. Por que tudo isso deveria ser ignorado com relação aos banheiros?

Os falsos moralistas só tomam alguma atitude quando o alvo defende uma ideologia diferente

Há pouco tempo, um estudante de uma universidade de São Paulo foi preso por gravar partes íntimas de alunas em um banheiro "sem distinção de gênero". Pouco tempo depois, ele foi liberado. O progressismo se tornou uma doença tão grave que se indignaram mais com o fato de eu não concordar com fatos lamentáveis como esse acontecendo do que com o crime em si.

Como a tentativa de colocar uma discordância como um crime falhou, foram mais além. Tentaram emplacar que eu havia exposto um trans, o que é facilmente refutado pelas próprias gravações, onde em nenhum momento a imagem de alguém foi revelada, justamente para que não houvesse exposição.

Quando tudo é preconceito, nada é preconceito. Os ativistas que perseguem antagonistas políticos com o pretexto de defender minorias, na verdade, descredibilizam a luta de quem quer, de forma bastante válida, apenas ser aceito e não impor suas vontades aos outros. O resultado é que estão perdendo cada vez mais o apoio das minorias, que se sentem cada vez mais à vontade para não só se declararem de direita, onde não servirão como massa de manobra, como se tornam novos influenciadores. Eis o motivo de tamanho desespero.

Enquanto se afundam cada vez mais na lama da hipocrisia e do autoritarismo e menosprezam a inteligência dos brasileiros, sigo recebendo cada vez mais mensagens de motivação pelas cidades que passo, alcançando mais pessoas e ganhando mais seguidores nas redes sociais a cada nova tentativa de ataque. No caso dos banheiros unissex, fica ainda mais evidente, tendo em vista que é uma pauta cara até mesmo para a esquerda, já que mesmo entre eles não há uma maioria que defenda essa ideia.

Reafirmo para a mesma minoria que torce diariamente para que eu perca o mandato que o meu projeto não é sobre alcançar poder, e sim defender a verdade e influenciar esta geração a partir dos valores nos quais acredito. Eu seria um covarde se deixasse de representar milhões que estão comigo, incluindo 1,5 milhão de mineiros que me elegeram, por medo de perder um cargo, mesmo que injustamente, porque os que se dizem defensores da democracia na verdade querem censurar e eliminar os opositores, assim como é feito nas ditaduras que eles tanto defendem. Lamento (ou não) informar que me tirar do cenário político não muda o que o povo pensa ou defende, na verdade só irá fortalecer ainda mais uma grande porcentagem que até mesmo alguns blogs governistas já admitem que são totalmente fiéis ideologicamente. Seguiremos.

Nikolas Ferreira

Nikolas Ferreira de Oliveira é natural de Belo Horizonte, tem 27 anos e é formado em Direito pela PUC Minas. Foi vereador na capital mineira e nas eleições de 2022 disputou uma vaga para a Câmara Federal, tornando-se o deputado mais votado do país e alcançando a maior votação da história de Minas Gerais, com 1.492.047 milhões de votos. É autor do best-seller O Cristão e a Política, de 2022, livro inspirado nas palestras que ministrou no Brasil, Estados Unidos e Europa. **Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo.

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