Neste fim de semana, Mara* flagrou a filha de 14 anos em sua primeira mentira de adolescência. Sem o consentimento dos pais, ela deixou a sorveteria onde estava com amigos e seguiu com eles até a cidade vizinha para aproveitar uma festa. Mara só descobriu o que estava acontecendo quando achou que a filha estava demorando e resolveu buscá-la na sorveteria. Como não encontrou a filha, ligou para o celular da menina, que depois de tentar desconversar, contou o que tinha acontecido, mas que já estava a caminho de casa.
O comportamento da filha trouxe uma série de dúvidas para Mara. A primeira é sobre os motivos que levaram a filha a mentir, já que ela sempre teve espaço para dialogar com os pais. Ela também não sabia direito como tratar o caso específico. Se brigar (sua primeira reação), o temor é que a filha torne a mentira rotina, pois saberá que será punida caso conte a verdade. Se simplesmente tentar conversar com a filha e compreender o episódio como algo da idade, o perigo é que a menina não entenda aquele comportamento como de risco – afinal, ela saiu sem autorização, pegou a estrada com um jovem que a mãe não conhece bem, se expondo de forma desnecessária.
Sem dúvida, é difícil encontrar o equilíbrio para saber agir numa situação como essa – sendo firme, mas, ao mesmo tempo, não assustando. A situação torna-se mais complicada porque é possível que não exista uma fórmula única. Ou, em outras palavras, é possível que as pessoas, diferentes que são, reajam de forma distinta a uma postura dos pais – seja ela compreensiva ou mais firme.
Se você já viveu (ou vive) uma situação semelhante, escreva para contar o que fez. Sua experiência pode ajudar a Mara e outros pais a enfrentar esse momento.
*Nome trocado a pedido da leitora.
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