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Deputados estaduais do Paraná querem que os estudantes sejam como eles: idiotas
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Diante da nova lei que proíbe “doutrinação” nas escolas, para aqueles deputados estaduais que estiverem lendo isso e se exaltarem com o termo “idiota” por acharem que se trata de um xingamento, por favor, se segurem um pouco na cadeira.

Não se trata disso. No contexto deste post, trata-se somente de um termo que designa um tipo de comportamento que nada tem a ver com uma calúnia, uma infâmia ou uma difamação.

Explico.

A palavra idiota – antes de ter o significado capacitista que hoje tem, fazendo com que deva ser evitada – tem origem nas primeiras cidades estado gregas.

Mas para ir adiante nisso, preciso explicar antes a palavra surpreendentemente contrária a ela: político.

Como nos ensina o ótimo Mario Sérgio Cortella, a palavra político tem também origem grega. Político vem de pólis – a cidade, a comunidade – e se refere àquela pessoa preocupada com a cidade, com a comunidade.

Idiota, que vem da raiz idios, se refere ao eu, ao privado, ao indivíduo. Idiota, assim, é a palavra que expressa aqueles que só pensam em si e não na cidade, na comunidade, na pólis. Assim, um indivíduo idiota é um indivíduo extremamente autocentrado, possivelmente egoísta e focado somente nos próprios interesses. Como pode ver, de bobo um idiota não tem nada.

Pelo contrário, são muito espertinhas.

É notável que algumas das pessoas mais idiotas – ou espertinhas – sejam as políticas, muitas delas certamente na Assembleia Legislativa, e algumas das mais políticas sejam as consideradas pelas primeiras como idiotas.

Ao deixar de abordar temas políticos na escola, com medo de serem enquadrados na nova lei apoiada por estes supostos políticos que, na verdade, são idiotas, os professores estarão relegados a cada vez mais formar cidadãos menos políticos.

E sim idiotas, no sentido grego original do termo. Ou espertinhas.

Mas, possivelmente, nem sobre isso um professor poderá falar na escola em breve.

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