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O sol brilha forte em Curitiba (photo credit: <a href="http://www.flickr.com/photos/59268554@N05/14289859513">Flickr</a> via <a href="http://photopin.com">photopin</a> <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0/">(license)</a>)
O sol brilha forte em Curitiba (photo credit: Flickr via photopin (license))| Foto:
Sol

O sol brilha forte em Curitiba (photo credit: Flickr via photopin (license))

Meu amigo Rodrigo Stulzer enviou-me esta crônica que ilustra o calor que passamos, para bem ou para mal, em pleno inverno Curitibano.

Tudo bem, mais umas três semanas e chega a primavera, mas não estamos acostumados que ela se aproxime já com temperaturas tão elevadas, um sol tão brilhante, um céu tão azul.

Sinal dos tempos? Aquecimento global? Conspiração das fábricas de ar condicionado? São Pedro ficou maluco?

Não importa. Se não tivemos nada nem próximo da neve, escassa, de outros anos, este ano tivemos uma coisa diferente.

Segue a crônica do meu amigo:

O verão no inverno de 2015, em Curitiba

Ele veio devagar, sutil, sob a forma de um céu azul no meio da manhã de 24 de julho. Depois de uma semana inteira de frio e chuvas, um clima seco e com sol elevou o astral da cidade.
 
Como a brisa leve da primavera ou uma manhã de sábado, o sol e o céu azul tomaram conta da cinza e gelada Curitiba.
 
“Sorte!”, pensamos. O prenúncio de um final de semana com clima bom era ótimo!
 
Mas a dupla surpreendeu, e veio a segunda, a terça, e eles continuaram lá. A temperatura subiu e o app de previsão marcava cinco dias de tempo bom. Peraí, alguma coisa estava errada. O Parque Barigui enchendo em plena semana e clima de praia em julho? Tá, a gente conhece o veranico de maio, mas verão em pleno julho, de jeito nenhum. Não aqui em Curitiba!
 
Um cheiro de naftalina invadiu a cidade nos primeiros dias: camisetas e bermudas saíram do armário. O povo relaxou e resolveu aproveitar.
 
E mesmo o curitibano, frio e fechado, se acostumou rapidinho com aquele clima atípico para o fim de julho. Entrou agosto e nada mudou. As luvas e cachecóis voltaram para os armários e os bares da cidade ficaram lotados nos fins de tarde. Ninguém estava acostumado com aquilo!
 
Os mosquitos voltaram e as aranhas marrons tiveram recorde de reprodução naquele começo de agosto. Jardineiros lucraram muito em um mês que antes tiravam férias e o pó levantou nas trilhas do Itupava. 
 
A pontualidade germânica do curitibano perdeu-se nos dias frios e deu uma esticada no visual vermelho da manhã e na preguiça do fim da tarde.
 
Aqueles dias não pareceram ter o impacto e a força da neve de 75, mas deixaram marcas. Curitiba ficou mais sociável e menos carrancuda. 
 
Quando o cinza, o frio e a chuva voltaram, algo havia mudado. Agora todos sabiam que o clima da cidade não era ruim: a culpa sempre foi dos argentinos e de suas frentes frias.
 Sorrisos apareceram nos elevadores, a pressa diminuiu na Osório e o curitibano perdeu um pouco do ar europeu, sentindo o gosto de como seria viver num país tropical.
 
Curitiba, finalmente, teve seu dia de Rio de Janeiro.

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