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Irit é diretora criativa da Lafort. A marca curitibana tem seis lojas próprias e 160 pontos de vendas espalhados pelo Brasil.
Irit é diretora criativa da Lafort. A marca curitibana tem seis lojas próprias e 160 pontos de vendas espalhados pelo Brasil.| Foto: divulgação.

A história da Lafort se confunde com a da empresária Irit Czerny. Porque já aos dezesseis anos ela labutava com o pai, em meio às máquinas de costura, que há mais de cinco décadas eram apenas duas. Entre tecidos, moldes, croquis e pilotagens, quase não teve outra alternativa, a não ser, viver e trabalhar com moda. Tomou a frente da empresa quase sexagenária e, hoje, Irit é a diretora criativa da clássica marca de roupa com raiz curitibana. A Lafort é conhecida internacionalmente pela sua expertise no tricot e alfaiataria. Pensada para mulheres cosmopolitas, como bem descreve a própria diretora, promete um vestir com classe e sem esforço. Uma roupa confortável, casual e elegante.

O mini-império que hoje é a Lafort, que tem quase toda a sua estrutura cravada no bairro Rebouças, emprega cerca de 170 funcionários. Indiretamente, são quase 300. Também soma seis lojas próprias e 160 pontos de vendas espalhados pelo Brasil. Ao Paraná S/A, em uma conversa em seu escritório, Irit falou sobre os negócios.

Como foi a sua trajetória na Lafort até se tornar a diretora criativa?

A empresa começou pequena com meu pai, mas sempre ajudei em pequenos trabalhos. Com 25 anos já estava a frente da parte comercial e desenvolvendo produtos. Fui me especializando. Foi quando encontrei uma brecha e investimos no private label [desenvolver coleções ou produtos para outras empresas]. Já tínhamos toda a expertise sobre tricot, composição dos fios, texturas, matéria prima e como fazer. Por um bom tempo produzimos para marcas como Nk Store, Bobô, Mixed, Animale, Daslu, entre outras.

E quando resolveu investir na marca Lafort?

Faz quase dez anos que deixei o private label para me dedicar a marca própria. Na época, reduzimos de tamanho, inclusive, no quadro de funcionários. Foi uma redução de quase 50%. Mas precisava arriscar. Senti que as coleções para outras marcas haviam deixado de ser um trabalho conjunto. Eu estava cedendo uma expertise de criação, além da produção. O modelo de negócio do varejo crescia muito rápido, forte, enquanto o da indústria decrescia. Entendi que eu podia dominar o meu próprio negócio e nicho. Em menos de dois anos a gente não só se recuperou, como re-contratou funcionários e cresceu mais.

Você cria para quem?

Nossa roupa, em primeiro lugar é feminina, extremamente feminina, mas é para uma mulher que atende as necessidades do mundo moderno. É uma roupa confortável, casual, é elegante. Também queremos uma mulher confiante nela mesma. Tem um caimento muito bom, somos conhecidos por uma modelagem impecável. As peças trazem um mix de romantismo com minimalismo, não é só uma coisa e nem outra.

 Há um interesse cada vez maior, do consumidor, de saber exatamente a história do produto. De que forma você enxerga isso?

Esse é exatamente o nosso storytelling. Porque nossa indústria é brasileira, não importamos nada.Tudo é fabricado internamente dentro das normas e condições brasileiras de respeito ao trabalhador e bem-estar. Hoje, isso é um diferencial muito grande e fazemos questão de contar, mostrar que somos uma etiqueta aqui de Curitiba, que é vertical.

Conte um pouco sobre a nova coleção, recém-lançada. 

É a By the Sea, a gente fotografou em Miami. É uma coleção urbana. Escolhemos a parte mais antiga de Miami - um mix de mar, nostalgia e cidade. Traz linhos, tecidos tecnológicos e, juntando tudo, conta uma história com brilho, com lurex  - que a gente sempre tem na coleção.

A Lafort também produz sapatos. Quando começou? 

Nós precisávamos fazer styling de cada campanha, então surgiu por uma necessidade. Começamos a produção de um por coleção. Depois, mais e mais modelos, há dois anos. Usamos os mesmos tecidos das peças de roupas, para fazer um look total, que é uma tendência forte.

O que você diria para quem quer empreender em moda?

Acho que a coisa mais importante é trabalhar no chão de fábrica. Não há como desenhar, criar nada, sem conhecer essa realidade. Para trabalhar com moda é preciso saber como é feita a roupa, todos os processos. Também é preciso acreditar. Eu acredito, tanto, que o slogan da Lafort é Create, Inspire Believe.


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