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Interior do Chelsea, no bairro Centro Cívico, em  Curitiba. (Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo)
Interior do Chelsea, no bairro Centro Cívico, em Curitiba. (Foto: Letícia Akemi/Gazeta do Povo)| Foto:

Carol Nery, especial para a Gazeta do Povo

Quando foi inaugurado em dezembro de 2016, o Chelsea tinha como proposta para a cidade de Curitiba ser uma espécie de Starbucks, especializado em cafés de variados estilos e preparos e opções de comidas tipicamente norte-americanas, como hambúrgueres e outros sanduíches, salgados e sobremesas, como waffles e brownies. Após um ano e quatro meses, o negócio pivotou. Os proprietários Camila Rover e Henri Pera decidiram manter o paladar e toda a influência do descolado bairro de Nova Iorque, porém com aposta em outro produto: o hambúrguer.

Há dois meses, o Chelsea Café mudou para Chelsea Burger & Shakes, no mesmo galpão industrial no Centro Cívico. A estratégia funcionou e as vendas mais que dobraram. O ticket médio passou de R$ 18 na primeira fase do Chelsea para R$ 41 nos últimos dois meses, com a troca de conceito. Somente de hambúrgueres, novo carro-chefe, são comercializados 120 por dia. “Eles já estavam no cardápio, mas não eram estrelas. Resolvemos experimentar ao dar um destaque maior e tivemos esta grata surpresa.” Para retirar totalmente o foco de cafeteria do Chelsea, os sócios revitalizaram o cardápio e retiraram produtos diretamente relacionados ao café, dando passagem a novas opções de hambúrgueres e à oferta de almoço também aos finais de semana.

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O turno do almoço foi o que mais impulsionou o incremento de vendas. A média mensal neste período do dia, que ficava entre R$ 20 mil e R$ 25 mil por mês, passou para R$ 50 mil. A alta, avalia Pera, deve-se muito pela percepção do cliente, que passou a entender o Chelsea como um restaurante fast casual, e não mais cafeteria, mais adequado a executivos que querem comer no intervalo do trabalho em um lugar descolado e a preço justo. “A oferta de almoço executivo já existia, mas as pessoas não viam a cafeteria como o espaço ideal para essa refeição. A mudança de posicionamento trouxe as pessoas naturalmente para fazer a refeição.”

Segundo Pera, fazer volume de vendas com cafeteria é difícil, o que pode ser constatado no aumento em 128% do ticket médio atual em relação ao valor inicial. “Os clientes, em um ambiente aconchegante como do Chelsea, chegam a ocupar as mesas por mais de três horas e consomem apenas dois expressos neste longo período. Agora oferecemos produtos com mais valor agregado, possibilitando outros acompanhamentos, como a batata frita e os shakes, que geram maior volume de vendas. Além de termos um giro mais rápido de mesas”, comemora.

Para não perder clientes e atrair outros tantos, foram realizadas ações promocionais agressivas e feito reforço nos canais de atendimento via delivery, que permite promover vendas que independem do cliente conhecer a loja física ou ir até ela, sistema totalmente inviável com o tipo de produto oferecido na operação como cafeteria. O insight abre espaço para uma expectativa ousada de crescimento para 2018, próximo de 85% em relação ao volume registrado no ano passado, chegando a R$ 1,2 milhão em vendas.

Chelsea aposta no modelo de franquia; primeira unidade abriu recentemente no Água Verde

Os sócios uniram experiências anteriores no ramo de alimentação e de franquias para tornar viável o modelo do Chelsea para franqueados, em um setor que ano após ano consegue manter-se em alta. “É um ótimo modelo de negócio para uma expansão mais rápida, uma vez que usamos em nossa marca o aporte de capital de terceiros, que são os próprios franqueados. Aliado a isso, o fato de nossa marca já ter identidade própria e características padronizáveis e replicáveis, dentro de um conceito de boa aceitação no mercado”, afirma Pera.

A franquia do Chelsea tem dois formatos (veja mais detalhes ao fim da reportagem). A unidade própria, no Centro Cívico, está dentro do modelo batizado de House. Ele pede investimento inicial a partir de R$ 250 mil e deve ser instalado em imóveis com metragens com o mínimo de 150 metros quadrados. A outra modalidade é chamada Street, escolhida para a primeira franqueada da marca, inaugurada na Rua Castro, no bairro Água Verde, no dia 18 de junho. A operação é mais compacta. Exige investimento inicial a partir de R$ 80 mil e uma área de instalação mínima de 25 metros quadrados. O Chelsea tem três negociações em estágio inicial de andamento para novos endereços em Curitiba, em princípio com preferência por bairros como Bigorrilho, Centro, Cabral e Juvevê e a região do Ecoville.

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Inspiração para bar veio após viagem aos EUA e encantamento com o bairro nova-iorquino

O Chelsea foi idealizado após um passeio de Camila e o marido, Wagner, a Nova Iorque. Ao visitarem o estiloso Chelsea, um dos mais concorridos bairros da cidade norte-americana, o casal ficou encantado com o clima animado e descolado da região e resolveu trazer ao Paraná um negócio que transmitisse a experiência que viveram por lá. O barracão que abriga a primeira unidade do Chelsea em Curitiba tem como influência o Chelsea Market, um amplo galpão transformado em galeria, com lojas, cafés e bares.

Foi então que, para ajudar a formatar a nova estratégia de negócio e alavancar as vendas, Pera – então cliente, com know-how no ramo da alimentação há quase dez anos e um entusiasta pelo conceito e pela marca – foi convidado a dividir a sociedade com Camila. O empresário é um dos sócios do WikiMaki, em fase de grande expansão no segmento de franquia, além de outros dois restaurantes na capital paranaense. Camila é designer de formação e atendeu mais de 350 franqueados na época em que trabalhou em agência. Antes de abrir o Chelsea, aventurou-se com uma fábrica de sorvetes.

Um raio-x dos modelos de franquia do Chelsea:

House

Investimento Inicial: a partir de R$ 250 mil.

Capital de giro: R$ 50 mil.

Taxa de franquia: R$ 40 mil.

Royalties: 5%.

Taxa de publicidade: 2%.

Faturamento médio: R$ 130 mil.

Lucro médio mensal: R$ 20 mil.

Prazo de retorno: 12 a 18 meses.

Funcionários: mínimo de 12.

Metragem: mínimo de 150 metros quadrados.

Prazo de contrato: 60 meses.

Street

Investimento Inicial: a partir de R$ 80 mil.

Capital de giro: R$ 30 mil.

Taxa de franquia: R$ 25 mil.

Royalties: 5%.

Taxa de publicidade: 2%.

Faturamento médio: R$ 80 mil.

Lucro médio mensal: R$ 10 mil.

Prazo de retorno: 8 a 12 meses.

Funcionários: mínimo de 5.

Metragem: mínimo de 30 metros quadrados.

Prazo de contrato: 60 meses.

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