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Vista aérea da usina da Cooperval
Além dos produtos tradicionais, Cooperval investe também em geração de energia elétrica.| Foto: Reprodução/Youtube

Enquanto a maioria das usinas de etanol do Paraná - e da região denominada Centro-Sul - estão usando o período de entressafra da cana, que vai de dezembro a março, para manutenções, a da Cooperval, cooperativa sediada em Jandaia do Sul, no Norte do estado, segue trabalhando. Isso porque, desde 2018, a indústria utiliza duas matérias-primas diferentes para a produção de etanol: a cana e o milho.

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De acordo com o diretor-presidente da usina, Fernando Fernandes Nardine, a iniciativa, até então inédita no estado, se baseou no objetivo de otimizar a produção da usina. “Havia necessidade de mitigar alguns riscos aos quais estamos expostos, como as chuvas e geadas, a sazonalidade da cana e a concorrência com outras culturas. Outro ponto é que tínhamos, na ocasião, ociosidade de equipamentos, que poderiam ser melhor aproveitados com o início desta nova operação”, diz.

Deu tão certo que o plano de produzir apenas em períodos de chuva e na entressafra da cana foi substituído, logo no primeiro ano, por um que previa a fabricação perene de etanol de milho. Para isso, a usina investiu R$ 45 milhões nas adequações de suas instalações - montante este que não demorou a se pagar. “Após atingirmos o ponto planejado de moagem diária, aumentamos em 60% o faturamento da cooperativa, quando comparado com o cenário de processamento apenas da cana”, diz Nardine, sem revelar valores.

Novo produto "abriu portas"

Além da alta no faturamento, o novo produto abriu portas para a Cooperval. Uma delas foi a parceria com uma empresa que capta o gás carbônico liberado no processo fermentativo. Conforme Nardine, isso contribui para uma melhor nota no programa RenovaBio. Outra foi a possibilidade de atender outros mercados com o etanol de milho, como o de bebidas, cosméticos e farmacêutico.

Outra ainda foi a oportunidade de investir para ampliar a produção e gerar receita a partir de mais uma fonte. “Pensando na sustentabilidade da produção, estamos investindo em uma nova caldeira, mais eficiente do que as atuais, para podermos aumentar os volumes de cana e milho processados e adicionar mais uma fonte de receita: a energia elétrica”, conta o diretor da usina.

Atualmente, a Cooperval vem produzindo a mesma quantidade de etanol de milho e de cana ao longo do ano, cerca de 41 milhões de litros. O custo para produção a partir do cereal é maior; em compensação, a produtividade por tonelada também. Em anos de estiagem, como foi 2021, ambas as produções são afetadas pelas quebras de safra e aumento de custos. Ainda assim, conforme a Cooperval, foi possível atingir a meta de rentabilidade - e manter os planos de investimento.

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