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A venda de uma das partes é uma saída alternativa à declaração de falência completa da instituição e os diversos pedidos de leilão de suas estruturas médicas.
A venda de uma das partes é uma saída alternativa à declaração de falência completa da instituição e os diversos pedidos de leilão de suas estruturas médicas.| Foto: Jhonatan Campos.

O Hospital XV está vendendo o prédio do Instituto de Medicina e Cirurgia do Paraná, localizado no Alto da Glória. Os dois complexos formam um grupo econômico que atualmente mantém uma dívida de R$ 23 milhões com credores e, principalmente, ex-funcionários.

A venda de uma das partes é uma saída alternativa à declaração de falência completa da instituição e os diversos pedidos de leilão de suas estruturas médicas. Na última quinta-feira (29) o juiz da 2ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de Curitiba, Gustavo Tinôco de Almeida, aceitou o pedido de recuperação do grupo como uma forma alternativa para quitar os passivos, suspendendo assim as possibilidades de venda por arremate.

Na teoria, o grupo tem cerca de um ano para iniciar a venda. No entanto, o advogado da companhia, Robson Ochiai Padilha, diz que já há uma instituição de São Paulo interessada na compra do prédio, avaliado em aproximadamente R$ 40 milhões.

“A recuperação judicial na área médica não costuma ser eficiente. Mas estamos confiantes que este será um dos primeiros planos exitosos. No nosso caso em específico temos uma grande oportunidade, já que com a venda do instituto não só sanamos a dívida, como também teremos capital para reinvestir no Hospital XV, sem causar danos sociais”, explicou o profissional.

Se concretizada a venda, os administradores pretendem investir cerca de R$ 20 milhões na compra de novos equipamentos, ampliação de alas e modernização do hospital, localizado na Rua XV de Novembro.

Dívida trabalhista

Atuando há 63 anos na capital paranaense, o Hospital XV vem lidando com o bloqueio de contas, falta de dinheiro para a compra de medicamentos, oxigênio e até chegou a calcular que precisará abrir mão de 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), caso a grave situação financeira perdure.

Do montante da dívida, mais de R$ 18 milhões correspondem a processos na Justiça Trabalhista, acumulados nos últimos cinco anos, após dispensas de funcionários e paralisação das atividades do Instituto, no Alto da Glória.

“Acredito que é necessário debater uma regulamentação específica para este setor”, diz Padilha.

"Diversos hospitais estão em uma situação de berlinda, por uma série de fatores que vão desde os repasses do SUS até mesmo a contratação de médicos autônomos, que depois reclamam na Justiça vínculo celetista. É necessário que a sociedade debata uma regulamentação, já que o setor da saúde tem chegado a esses impasses que podem tornar a atividade economicamente inviável", pondera.

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