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Com ação solidária, lojas de Curitiba se unem para movimentar setor da moda
| Foto: Divulgação

Com as vendas em xeque, como em diversos segmentos, um grupo de empresárias da moda curitibana decidiu unir esforços para vencer as dificuldades deste período de combate ao Covid-19. O projeto #UnidasPelaModa reúne proprietárias de dez lojas que pretendem movimentar a economia local, mesmo em época de distanciamento social, e contribuir com ações solidárias necessárias ao momento.

Uma das idealizadoras da ação, a empresária Márcia Almeida, que comanda a Bazaar Fashion ao lado da irmã, Andrea Olmeiri, explica que as lojas decidiram dar um desconto conjunto para potencializar as vendas de itens que tenderiam a ficar parados. “Nosso estoque é perecível, mas teremos que ficar com ele até setembro [por conta da pandemia], algo que não é usual”, explica.

Para que, no desespero, as lojas não passassem a queimar arbitrariamente seus estoques, o que poderia criar uma concorrência desleal e perdas para todos, decidiram pela alíquota única. A partir daí, passaram a buscar parceiras com perfil semelhante.

“Essa foi a primeira ideia de união. Passamos a nos reunir pelo Zoom [um aplicativo de videoconferência]. Já que é um momento de solidariedade, de união, vinculamos os descontos nas lojas a uma doação do cliente”, diz. Com isso, todas as lojas da rede oferecem desconto de 20% para compradores que doarem um cobertor ou um agasalho. Em contrapartida – e para estimular a participação –, o próprio grupo decidiu doar 500 cobertores, que serão destinados ao projeto Tranca Solidária, que dá assistência a diversas instituições de Curitiba.

O objetivo #UnidasPelaModa é alcançar a doação de outros 1,5 mil cobertores ou agasalhos. “Se não alcançarmos, vamos doar o que faltar”, diz Márcia.

A iniciativa solidária complementa, é claro, a necessidade de sobrevivência das próprias lojas. “Essa também é uma ação para dizer ‘eu estou aqui’. Mostrar que estamos com a loja aberta”, defende.

Cadeia em movimento

A importância do protagonismo se dá principalmente por a moda mover uma cadeia local e com muitas pontas unidas. “Por trás das roupas, sapatos e acessórios existem sonhos, costureiras, designers e toda uma cadeia produtiva que gera renda para milhares de mulheres e o sustento de famílias inteiras. É hora de olharmos para perto e para o próximo! De apoiar os negócios locais, prestigiar sua vendedora, a loja que faz parte da sua história, para que a economia continue girando e para que todo mundo tenha comida na mesa. De contribuir com a moda nacional e as vendas, pois muita gente depende deste ciclo para sobreviver”, diz a apresentação do projeto.

Márcia indica que em sua loja precisou adotar medidas para proteger os fornecedores. Como mudou o calendário de moda, das trocas de estação, ela e a irmã pediram para as marcas segurarem a entrega para não precisarem cancelar os pedidos. As novas peças chegarão a partir de julho, visando as festas de fim de ano. “Não queremos prejudicar nosso fornecedor porque sabemos que as coisas vão voltar. Nunca passamos por isso no Brasil, mas na Europa as marcas de luxo já passaram grandes guerras e pandemias e sobreviveram. É um momento de calma, cautela, de pôr o pé no chão, mas de não perder a esperança”, diz.

Segundo a empresária, toda essa cadeia e as próprias lojas podem estreitar os laços com esse aprendizado. “Acho que o coronavírus veio nos ensinar também isso. Estamos há 25 anos no mercado e sempre tivemos uma ótima política [de parcerias]”, diz. “Nessa hora, se alguém precisar de roupas de festa, nós enviamos. É um momento de união. Nunca fizemos esse tipo de troca e hoje as lojas sabem que podem contar conosco e nós sabemos que podemos contar com elas”, diz.

Participam do projeto as lojas Baoo, Bazaar Fashion, Consthanza, Flare, Impelle, Internazionale Moda, Mar­­reh, Monalisa Joias, Namix e Raphaella Sigel. Márcia Almeida indica que está em tratativas de montar um grupo semelhante com lojas de decoração.

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